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Cultura

Foto: Divulgação

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A Comunidade Quilombola de Cocalinho, localizada no município de Santa Fé do Araguaia, é o foco da exposição fotográfica vencedora do 2º. Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras. O projeto foi o único contemplado na região norte do País. A Exposição Fotográfica “Quilombos Emigrantes – História de Cocalinho” levará para oito municípios tocantinenses a história peculiar da fuga da comunidade dos conflitos do sul do Maranhão migrando para o Tocantins, a passagem pelo processo de urbanização, a tradição da roda de Lindô. Tudo através não só das imagens, mas também de palestras e exposição áudio visual.

O projeto de artes visuais foi idealizado pelo repórter fotográfico Emerson Silva. “Estou muito honrado por ser selecionado. Esta é a segunda vez que a comissão dá crédito ao meu trabalho. O I Premio Afro também contemplou outro projeto meu, em parceria com o professor Wolfgang Teske, que foi ‘A Roda de São Gonçalo’. Isto prova que o Tocantins tem muito o quê mostrar no que diz respeito à cultura”, conta.

Desta vez o projeto tem o aval do historiador Luciano Pereira, que realizou todo o trabalho de pesquisa junto à comunidade de Cocalinho. “Este projeto vai ajudar não só a divulgar a cultura quilombola, como também pode contribuir para a implementação da Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes para incluir no currículo oficial da rede de ensino a temática História e Cultura Afro-Brasileira”, informa o historiador.

Para realizar a exposição, o projeto conta com a ajuda de parceiros, como é o caso do Ponto de Cultura Canto das Artes, localizado no distrito de Taquaruçu, onde será o lançamento da exposição. “É muito bacana ver projetos como este tendo incentivo e o Canto das Artes já tem em sua missão trabalhar com a diversidade cultural, como o mês do índio que estamos realizamos em abril. É uma chance para que possamos ampliar nossas atividades para a cultura afro”, diz Tharson Lopes, responsável pela ONG.

O material da exposição resulta de inventário feito na comunidade no período de julho de 2006 à julho de 2010. Durante as visitas realizadas, foram coletadas dados de censo, entrevistas com moradores mais idosos contando a história local, com aproximadamente 240 minutos de depoimentos e registro fotográfico próximo de 3.500 imagens.

Após ter sido aprovada pela banca julgadora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves – CADON e a Fundação Cultural Palmares, entidades coordenadoras do Prêmio Afro, o projeto agora passa pela fase de apresentação de documentação. Depois desta etapa, passa então a cumprir o cronograma que prevê, a partir de maio, um ciclo de palestras e a mostra de fotografias que abrange o Estado de norte a sul, passando pelas cidades de Tocantinópolis, Santa fé do Araguaia, Araguaína, Palmas, Porto Nacional, Miracema, Arraias e Gurupi, sempre nos campi da UFT - Universidade Federal do Tocantins, parceira do projeto.

Comunidade de Cocalinho

A comunidade é formada por cerca de 150 famílias, com aproximadamente 600 pessoas. Os moradores mais velhos contam a formação da comunidade, que tem uma peculiaridade em relação à outras comunidades negras, pois sua formação aconteceu na década de 1960, com a fuga de famílias de conflitos do sul do Maranhão.

O Prêmio

O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves – CADON e a Fundação Cultural Palmares – FCP, realizam a segunda edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, com o objetivo de atender às expressões artísticas de estética negra, dos segmentos de teatro, dança e artes visuais.

A primeira seleção de projetos, realizada em 2010, foi elaborada a partir do contato próximo aos grupos, artistas e companhias, que trabalham com a produção artística de matriz africana e em atendimento à demanda do Fórum de Performance Negra. Com o patrocínio da Petrobras, através da lei Rouanet, foi possível contemplar 20 projetos, selecionados nas cinco regiões do Brasil, totalizando mais de 1 milhão em prêmios. (Ascom)