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Saúde


Mães doadoras e receptoras, autoridades, parceiros e servidores do Hospital Maternidade Pública Dona Regina comemoram, nesta terça-feira, 24, o aniversário de 10 anos do BLH - Banco de Leite Humano – da capital. O evento vai acontecer no Auditório do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, às 14h.

Segundo a coordenadora do BLH, Walkíria Pinheiro, essa é uma data muito importante não só para o hospital, mas para todas as famílias que já foram beneficiadas com o trabalho desenvolvido durante todo esse tempo. O leite doado é utilizado na alimentação dos bebês prematuros internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), na UI (Unidade Intermediária) e na Unidade Canguru. Muitos desses bebês necessitam receber o leite do banco porque suas mães não conseguem produzir a quantidade suficiente para sua completa saciedade. Walkíria revela que cerca 150 litros de leite são doados por mês, entretanto, essa quantidade não é o suficiente para atender aos 41 leitos ocupados por esses bebês, por causa disso, além do leite humano, a alimentação deles é complementada por uma fórmula de leite artificial. O ideal era que a média de doações alcançasse os 300 litros por mês, assim os bebês poderiam ser alimentados exclusivamente por leite materno.

A coordenadora explica que muita gente não conhece a amplitude das ações realizadas pelo Banco de Leite e acaba achando que se resume à doação e ao atendimento dos bebês internados no hospital. “Além disso, nós também atendemos mães – a qualquer hora do dia ou da noite - com dúvida sobre amamentação, independente se o filho dela nasceu ou não no Dona Regina, fazemos palestras nas unidades de saúde do município para sensibilização sobre a importância do aleitamento exclusivo até os seis mês de vida do bebê e ainda realizamos cursos com profissionais de saúde dessas unidades para que incentivem as mães a amamentarem”, ressalta. O Banco de leite é aberto 24 horas, inclusive nos finais de semana e feriados, por isso as mães têm a liberdade de entrar em contato com a equipe no momento em que sentir necessidade.

O BLH do Dona Regina foi o primeiro a ser implantado no Estado e hoje é a unidade de referência para a implantação de novas unidades no Tocantins, inclusive na rede particular. Exemplo disso aconteceu em outubro de 2010, a inauguração do Banco de Leite Humano do Hospital Dom Orione, na cidade de Araguaína, contou com a participação da equipe do HMPDR, que promoveu a capacitação dos profissionais daquela unidade. De acordo com a coordenadora Walkíria, Gurupi será a próxima cidade do Estado a ter um banco de leite, a previsão é que até julho deste ano as mães do sul Tocantins já tenham esse serviço à sua disposição.




Parceiros

Nesses dez anos de existência o trabalho do Banco de Leite tocantinense contou com o auxílio de inúmeros parceiros, que possibilitaram o avanço e a melhoria dos serviços prestados à população.

Um dos primeiros a aderir a causa do incentivo a amamentação e da doação de leite humano foi o Corpo de Bombeiros. O projeto Bombeiro Amigo do Peito criado em 2003, um ano após a inauguração do BLH, ampliou o acesso das doadoras. Para maior comodidade delas a coleta passou a ser domiciliar. A mãe interessada em doar pode ligar gratuitamente, por meio do telefone0800-646-8283, e uma equipe de bombeiros capacitados vai até a casa dela e auxilia na retirada do leite. Além disso, as doadoras recebem um kit, contendo touca e máscara descartáveis, um vidro esterilizado para coleta e um folder com orientações.

Outro parceiro importante é o Rotary Clube, em 2004 a instituição doou um recurso que possibilitou a melhoria na estrutura física do banco de leite e a abertura de um posto de coleta no extinto Hospital Padre Luso. Segundo a coordenadora do BLH, Walkíria Pinheiro, de lá pra cá o Rotary também auxilia nas campanhas realizadas em diferentes épocas do ano.

Em 2006, a qualidade do serviço prestado no Banco de Leite do HMPDR foi reconhecida nacionalmente, a unidade ganhou dois prêmios Uma dose de vida concedido pelo laboratório farmacêutico Aché a instituições que cuidavam de saúde da criança em 23 estados.

Preocupação ambiental

As pessoas que não podem doar leite, podem ajudar o BLH doando os frascos de vidro de maionese e café solúvel. Esse trabalho mostra que o Banco de Leite também está preocupado com as questões de meio ambiente. “Esses recipientes em vez de serem jogados no lixo, podem ser reutilizados para guardar o leite que as mães doam” é o explica Walkíria. Devido às vantagens na limpeza, estoque e resfriamento, as embalagens precisam ser de vidro e com a tampa plástica rosqueável. Após chegarem ao banco de leite o material passa por um processo rigoroso de esterilização para só então ser reutilizado.

Durante todo o ano são realizadas campanhas junto a empresas privadas e órgãos públicos incentivando a doação desses frascos. A mais recente delas aconteceu com no TRE - Tribunal Regional Eleitoral. Durante três meses, foram disponibilizadas caixas nas recepções do térreo e subsolo do prédio do órgão nas quais os servidores depositaram os frascos vazios trazidos de suas casas. ( Ascom Hospital Dona Regina)