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Polí­tica

Foto: Divulgação

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A partir desta quarta-feira, 16, o site Conexão Tocantins elabora um especial de matérias com os principais pré-candidatos à Prefeitura de Palmas ressaltando as propostas de cada um deles em várias áreas para a cidade. O primeiro a ser ouvido é o deputado pevista e possível candidato do governo estadual, Marcelo Lelis. Questionado sobre vários pontos Lelis defendeu uma mudança profunda na prefeitura em todas as áreas mas admitiu que a Educação é um setor que na atual gestão de Raul Filho (PT) tem tido avanços.

Para o pevista, a primeira coisa que fará caso seja eleito é avaliar a situação que Raul deixou a Prefeitura. Lelis defende incentivo ao turismo e destaca a iniciativa privada como mola propulsora da capital. “será que é isso que o palmense quer? Uma gestão inerte, que deixa a cidade abandonada durante todo esse período? Nós vimos obras paralisadas, recursos sendo devolvidos, cidade feia e suja, escura, o trâsito fluindo sem nenhum controle, o sistema de transporte coletivo com aumento de passagem sem os benefícios prometidos.”, diz Lelis.

Sobre uma das principais polêmicas da capital desde o ano passado com relação a possíveis alterações do plano diretor da cidade, Lelis frisa que é a favor do debate, mas que ele ocorra em outro momento que não seja eleitoral.

Veja a íntegra da entrevista de Marcelo Lelis:

CT – A prefeitura de Palmas tem divulgado que a cidade é uma das que mais cresce na região norte. Mas, na sua opinião, o que realmente faz com que a cidade cresça e se desenvolva?

M.L: Entendo que a principal mola propulsora de Palmas é a iniciativa privada. Os empresários tem se apropriado da cidade, tem promovido o desenvolvimento, baseado no potencial econômico, na situação geográfica da cidade, na concepção de privilegiar a qualidade de vida. Então, acredito que tudo isso tem atraído os investidores, tem fortalecido a classe empresarial de Palmas e tem sim promovido o crescimento da cidade.

CT – A polêmica do plano diretor é um dos assuntos que tomou conta da capital desde o ano passado. Qual seu posicionamento claro sobre possíveis alterações no plano diretor da cidade? O senhor é contra ou a favor a criação de uma área de expansão urbana?

M.L:Eu sou a favor do debate. Acredito que temos que discutir essa possibilidade de expandir ou não. Agora, qualquer posicionamento nesse momento, tanto meu quanto de qualquer outra pessoa, líder político ou partidário, qualquer outra pessoa envolvida nesse debate nesse momento trará uma opinião influenciada pelo momento eleitoral, pelo ambiente eleitoral. Nós, do Partido Verde, nos reunimos e colocamos isso na pauta. O PV se posiciona dessa maneira, a favor do debate, mas que esse debate aconteça em um momento adequado e o momento adequado paranós é posterior a eleição. Antes da eleição, qualquer opinião nesse momento estará influenciada pelo ambiente eleitoral.

CT – Trânsito e Transporte. Como melhorar essa área na capital?

M.L: Em uma das viagens que nós fizemos em busca de boas práticas, visitamos a cidade de Praia Grande (SP) onde lá verificamos que há um sistema de monitoramento do trânsito local. O sistema trouxe uma redução muito grande nos números de problemas no trânsito nos pontos de maior incidência de acidentes. É um exemplo de boa solução. Acredito que as campanhas de conscientização também devem ser realizadas com muito mais intensidade. Já houve um momento em Palmas que os condutores obedeciam de uma maneira muito mais consciente a sinalização de trânsito. Nessa época, haviam campanhas de conscientização acontecendo para o trânsitode forma contínua. Essa iniciativa se perdeu nos últimos anos. As questões de educação para o trânsito são fundamentais e devem ser implementadas de forma rotineira. São necessárias ações como monitoramento eletrônico, fiscalização, construção das ligações das principais avenidas. Interligar a NS 01 até a região sul, bem como a NS 04, por exemplo, seria uma maneira de desafogar o trânsito nessas regiões. Quanto ao transporte, tempos principalmente que focar na construção de novos terminais de integração, que deem agilidade e conforto aos usuários. Além disso, temos que discutir a quebra do monopólio no sistema de transporte. É um assunto delicado e que precisa ser debatido.

CT - Como o senhor avalia o setor de saúde na capital e a prestação de serviços por parte da prefeitura? E nos bairros mais distantes? O que na sua opinião é preciso melhorar na saúde de Palmas?

M.L:Principalmente a integração entre o Estado e Prefeitura. Nossa intenção não é ficar no debate de quem é a responsabilidade. O que falta é integração entre as gestões, Estado e Município. Tenho conversado com muitos médicos que relatam que entre os problemas está, por exemplo, quando o paciente procura os serviços prestados pelo município, faz exames e quando é encaminhado para o hospital de média e alta complexidade, no caso de Palmas, o HGP, ao chegar lá, ao invés de um sistema informar o outro, o paciente acabando refazendo todos os exames e consultas. Então, a integração entre os dois entes é fundamental. Em se tratando do município, é necessário que termine os hospitais da região sul e norte da capital. Esses hospitais vão desafogar o sistema, tirar essa pressão do HGP e isso será bom não só para o sistema de saúde do município de Palmas, mas para todo o sistema de saúde estadual. Hoje nós não temos uma gestão moderna na Saúde, as pessoas procuram os postos de saúde e todo o procedimento é ainda manual, não tem uma gestão informatizada, não há interligação entre os postos de saúde e a sede da secretária, ou seja, tudo é muito burocrático, muito lento, muito demorado e isso aflige diretamente o cidadão que às vezes espera quatro, seis meses por uma consulta de um especialista, sendo que isso poderia estar acontecendo de uma maneira totalmente diferente.

CT - As escolas de tempo integral são o mote da atual administração na área da educação. Quais outros projetos na área você caso seja eleito pretende desenvolver para a educação?

M.L: É preciso reconhecer que a Educação é um ponto que avançou. As escolas de tempo integral são bem construídas, tem uma boa estrutura física, tem dado resultados interessantes. Estamos preparando uma edição do projeto “Palmas é você quem faz” com os profissionais da educação, diretores, professores, funcionários da área para que possamos debater e entender mais o sistema. Existe o nosso reconhecimento de que a área da Educação avançou, mas tem ainda pessoas de dentro do sistema dizendo que tem alguns problemas. Então, nós queremos escutar essas pessoas, entender quais são os problemas e se eles realmente existem e com isso propor a continuidade da linha baseada no ensino de tempo integral, queremos caminhar nessa direção, porém, identificar os problemas internos, apresentar soluções e avançar na estrutura física. Existem escolas esperando para serem adequadas no modelo de tempo integral e outras que ainda tem que ser construídas nesses moldes. Então, temos muito a avançar também na área estrutural.

CT – Na geração de emprego e renda, caso se eleja prefeito, quais são seus planos como futuro gestor da cidade para melhorar essa área?

M.L:São muitas as potencialidades. Palmas é uma cidade com uma vocação inquestionável para o Turismo. Temos o distrito de Taquaruçu, a serra do Lajeado, o lago, as praias, temos a possibilidade da pesca esportiva, inclusive foi destacada nessa edição da Agrotins, temos os esportes náuticos, o turismo de eventos, de negócios, temos que avançar no calendário de eventos pra valer, para que não haja sobreposição de eventos em Palmas e que possam ser distribuídos ao longo do ano. Precisamos de um centro de convenções imediatamente, para atrair muito mais congressos, seminários para Palmas, algo que também propicia o desenvolvimento econômico. Temos a poucos quilômetros de Palmas a plataforma da ferrovia Norte Sul sendo construída, são quinhentos bilhões de investimentos e que está passando desapercebido por Palmas. Temos que preparar a nossa mão de obra, os cidadãos palmenses para ocuparem as vagas de emprego que estão e vão continuar surgindo a partir da plataforma, temos que prepara o empresariado para oportunidades, o aeroporto tem que ser transformado em um aeroporto de cargas e esse é um outro assunto que vamos discutir efetivamente. Enfim, somado a tudo isso, a questão do polo universitário, o fortalecimento da cidade com referência e que venha receber estudantes de todo o país. Essa também é uma ferramenta de fortalecimento da economia. E ainda, o polo de referência na área da medicina, temos que incentivar e dar todas as condições para cada vez mais clínicas e hospitais, centro de referências médica se instalem em Palmas, como sendo também uma forma de desenvolvimento.

CT – Quais obras de infra-estrutura você pretende construir na sua gestão?

M.L:Temos que focar nos principais problemas de Palmas. Se perguntarmos para todas as classes da população palmense, e não só agora, mas ao longo do tempo, a Saúde sempre foi o maior problema. Os hospitais da região norte e sul estarão terminados ou não? Construir os hospitais é fundamental, terminar as obras dos postos de saúde que estão em construção também é fundamental. Estrutura de Saúde em primeiro lugar para a população. Outro ponto se refere àqueles que não tem moradia que querem naturalmente ter o seu lugar para viver, por isso, habitação também é prioridade. Na área de transporte coletivo, melhorar as estações também é algo prioritário. As galerias de água pluvial que atrapalha a vida dos palmeses em todo período de chuva, nós temos que enfrentar e resolver esse problema e isso só poderá ser feito em parceria com o governo do Estado, algo que nós vamos buscar. Na área de lazer, a região sul espera e anseia por um parque nos moldes do parque Cesamar, temos que focar isso, assim como a região norte que quer a mesma coisa. Os palmenses em geral querem um tratamento da orla da cidade, temos um lago maravilhoso e as praias estão abandonadas, temos que focar no tratamento das nossas praias, na construção da praia dos Buritis, o povo da região pede essa obra há muito tempo, melhorar a infraestrutura da praia do Caju, temos que interligar no mínimo as praias do Prata, Graciosa e das Arnos por um parque linear, com ciclovia, pista de cooper, com jardins. São ações por onde podemos começar, mas temos inúmeras possibilidades.

CT – Cultura e Turismo. Como alavancar mais estes setores na mais nova capital do país?

M.L:No Turismo, as possibilidades são totais e absolutamente possíveis de serem colocadas em prática em um curto espaço de tempo. Temos que retomar os eventos. O carnaval, por exemplo, tem que ser retomado, respeitando os diversos segmentos da sociedade palmense. Parte da sociedade quer o carnaval, isso tem que ser feito com cada vez menos uso do dinheiro público, cada vez mais incentivando a iniciativa privada para investir na festa, mas tem que ser feito de forma organizada na medida em que a população possa participar do carnaval com segurança. Temos que respeitar os outros segmentos, os evangélicos, os católicos, que merecem e tem que ter o nosso apoio nesse período para os seus eventos. Temos que retomar o projeto de ecoturismo de Taquaruçu, que tem um potencial gigantesco, isso preparando a população, organizando a cidade, os atrativos que estarão à disposição, temos que colocar mais pontos turísticos à disposição, temos que organizar o que chamávamos de centro de polo ecoturístico da serra do lajeado, preparando as primeiras cachoeiras para receber os turistas aqui na serra, focando no esporte de aventura, nos esportes radicais, a orla toda cuidada, o parque linear interligando as praias. Você imagina tudo isso funcionado....é um imenso potencial em vários segmentos da atividade turística. Não há que se inventar a roda. É só trabalhar. Somado a isso, temos que promover os eventos culturais com mais intensidade e buscar a valorização dos nossos artistas locais.

CT – Quais serão suas primeiras ações como gestor caso venha ser prefeito em Palmas?

M.L:A primeira coisa que se tem que fazer é, com fé em Deus e com o apoio da população, chegando o dia primeiro de janeiro, é verificar como é que a cidade vai estar. Ela vai estar limpa ou não? A primeira coisa é a limpeza, limpar a cidade nos seus vários aspectos, seja varrição das ruas, seja na limpeza dos lotes baldios, limpar a cidade com um todo é o primeiro ponto. Segundo ponto, tem que se levantar a situação da prefeitura, sabe como estarão as secretarias, o período de transição já deve acontecer e aí iniciar tudo isso que acabamos de relatar.

CT - Como você avalia nas principais áreas a atual gestão do prefeito Raul Filho? O que precisa mudar na sua opinião?

M.L:Eu entendo que fora a parte da área da Educação, em que há esse reconhecimento dos avanços que aconteceram com as escolas de tempo integral e com a gestão da educação como um todo, considerando que como disse, que nós vamos fazer essa edição do “Palmas é você quem faz” com o objetivo de entender a fundo, olhando por dentro como está o sistema da educação, fora essa área da Educação, eu acho que todas as outras áreas precisam de mudança e mudança profunda. Eu avalio dessa maneira, o povo palmense está com isso muito claro na cabeça, quer mudança, o povo não quer uma gestão que nos últimos meses agora, estamos há um mês da convenção, só agora a cidade começa a ter um cuidado diferenciado. Você ver que os jardins estão começando a serem cuidados, a limpeza, os postos de saúde começam a ser entregues, a iluminação. Então, será que é isso que o palmense quer? Uma gestão inerte, que deixa a cidade abandonada durante todo esse período? Nós vimos obras paralisadas, recursos sendo devolvidos, cidade feia e suja, escura, o trâsito fluindo sem nenhum controle, o sistema de transporte coletivo com aumento de passagem sem os benefícios prometidos. No sistema de saúde municipal, desde a primeira campanha em 2004, havia a promessa da construção dos hospitais, na segunda campanha a promessa foi refeita e até hoje os hospitais não foram entregues. Então, é isso que nós queremos? Uma gestão que no último momento começa a se mexer e deixa durante todo o seu período a cidade abandonada? Acho que não. Isso está claro para os palmenses, os palmenses querem mudança.