O escritor José Luís Peixoto, considerado pelos críticos como um dos melhores autores portugueses da atualidade, esteve na Flit – Feira Literária Internacional do Tocantins – onde falou sobre a literatura contemporânea.
“O livro” é o título da mais nova obra do escritor. O livro fala da história de Portugal dos últimos 50 anos, abordando ainda a emigração para França, opção de milhões de portugueses em busca de uma vida melhor. Seus livros estão traduzidos em 20 línguas e publicados em mais de 60 países.
Pela primeira vez no Tocantins, Peixoto enumerou os diversos lugares onde esteve e as experiências literárias adquiridas nas diversas partes do mundo. A valorização do homem do campo também foi enfocada. “Eu creio que é importante lembrarmos e darmos destaque ao nosso passado, de não nos envergonharmos dele. Todos nós temos um pouco de ruralidade na nossa história. Eu não seria nada se não tivesse convivido com pessoas que não sabiam nem ler ou escreve e que me ensinaram riquezas de grande valor”, disse.
O autor falou ainda da influência de José Saramago na literatura portuguesa. “Comecei a ler Saramago nos anos 80, mas o que me marcou efetivamente foi tê-lo conhecido pessoalmente. Com ele aprendi que o escritor tem que ter o compromisso com a verdade. Se você não tem nada a dizer, você não tem o direito de escrever só por escrever”, recordou.
A professora aposentada Stela Maris, que estudou na mesma universidade que Peixoto, elogiou o trabalho de José Luiz. “Estou muito grata em saber que Portugal está tão bem representado por esse jovem escritor. Fico orgulhosa de poder encontra-lo aqui no Tocantins”, falou emocionada.
Perfil
José Luiz Peixoto é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (inglês e alemão) pelaUniversidade Nova de Lisboa. Como escritor recebeu diversos prêmios entre eles o Prêmio Jovens Criadores por quatro vezes.
Em 2001, o seu romance “Nenhum Olhar” conquistou oPrémio Literário José Saramago. “Cemitério de Pianos" recebeu o Prémio Literário Cálamo como o melhor romance traduzido publicado em Espanhol no ano 2007. (Ascom Seduc)