Cerca de 60% da Bacia do Ribeirão Taquaruçu Grande é considerada prioritária para ações de conservação e restauração. É o que revela estudo divulgado nesta última sexta-feira, 31, pelo Governo do Estado, Saneatins – Companhia de Saneamento do Tocantins e Prefeitura de Palmas. O diagnóstico foi realizado pela TNC – The Nature Conservancy, e faz parte de uma das etapas do projeto “Taquaruçu – uma fonte de vida”, que visa revitalizar a Bacia do Ribeirão Taquaruçu Grande.
Segundo o coordenador de Água Doce da TNC no Brasil, Albano Araújo, o dado representa as áreas que estão mais sujeitas aos fatores de erosão devido aos tipos de solo e de relevo, e as que estão degradadas por práticas produtivas inadequadas para a conservação do solo e da água da região. “O dado indica que é necessário adotar uma série de ações para que a erosão não ocorra efetivamente nos lugares conservados e que nos lugares degradados haja um processo de recuperação”, avaliou.
O diagnóstico também revelou que em 76% da Bacia há coberturas naturais de vegetação nativa. Porém, para o coordenador da TNC, se não houver um trabalho de intervenção como o proposto pelo projeto “Taquaruçu – uma fonte de vida”, a vegetação nativa poderá ser suprimida. Estradas irregulares e desmatamento da mata ciliar para o plantio e a criação de animais são os principais causadores da degradação apontada por Albano Araújo.
Próximas ações
A diretora geral de Fundos Ambientais e Captação de Recursos da Secretaria do Meio Ambiente, Ana Raquel Agra, destacou a importância do estudo realizado pela TNC para definir as próximas ações. “Vamos fazer os planos de conservação e de reflorestamento para que haja o controle da erosão nas margens do Taquaruçu Grande e vamos trabalhar com os proprietários rurais para implementar essas ações” apontou.
O intuito do projeto, de acordo com Ana Raquel, é que futuramente Governo, Saneatins e Prefeitura consigam implantar uma modalidade de pagamento por serviço ambiental conhecida como produtor de água, para aqueles proprietários que preservarem as nascentes e mananciais do Ribeirão Taquaruçu. “Assim melhoraremos a qualidade e quantidade de água e também a qualidade de vida do produtor da região”, refletiu.
A Bacia do Ribeirão Taquaruçu Grande é responsável pelo abastecimento de 66% a população palmense. O monitoramento periódico realizado pela Saneatins demonstra que no período de estiagem, ao longo de 17 anos, a redução da vazão alcançou níveis críticos de 85%. “Ou nós implementamos esse projeto ou corremos o risco de vermos os custos de abastecimento de água para a população subirem por conta de outras alternativas de captação de água”, alerto Ana Raquel. (Ascom Semades)