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Cultura

Foto: Divulgação

Com um tema bem atual a jornalista gurupiense Heliana  Oliveira lança nesta quinta-feira, 22, em Gurupi, no Centro Cultural Mauro Cunha, às 20h30, sua primeira obra literária intitulada “Zefinha, uma puta história” (Editora Veloso).  A obra é um livro reportagem que conta de forma leve a trajetória de uma ex-garota de programa, que iniciou essa atividade quando ainda morava no Estado do Maranhão.

O livro é parte do trabalho de conclusão do curso de Jornalismo realizado em 2007 e está  sendo publicado após a autora vencer o Edital de Cultura da Secretaria de Estado da Cultura e Fundação Cultural do Tocantins, por meio do prêmio Maximiano da Mata Teixeira de incentivo à produção literária.

A jornalista conta que a ideia de relatar a vida de uma ex-garota de programa surgiu por sempre perceber que a prostituição é um problema social. “As mulheres que optam por essa vida enfrentam grandes barreiras. Geralmente são mulheres que não tiveram oportunidades de estudo. Claro que a maioria delas poderia ter escolhido outro trabalho, mas optam pela venda do corpo porque o dinheiro é mais rápido o que não significa ser mais fácil. A personagem do meu livro retrata bem isso. Ela foi jogada à própria sorte, sem estudo ou profissão e com filhos pra criar viu na venda do seu corpo a maneira de sustentar sua casa.  E quando decidiu deixar de se prostituir montou uma casa de prostituição”, explicou.

A autora destaca que ao decidir relatar a vida de uma mulher que não teve vergonha de encarar o preconceito das pessoas, a ideia não era contar uma história erótica e sim levar o leitor a refletir sobre o real problema da sociedade, sobre o motivo que tantas meninas escolhem  a prostituição como forma de sobrevivência. “Embora muita gente diga que é uma vida fácil, posso dizer que pelos relatos que ouvi que discordo. Essas mulheres muitas vezes são enxovalhadas”, destacou completando que espera que as pessoas ao abordar este assunto deixem de lado seus preconceitos.

“O livro é de um texto leve, simples e curto, mas a história é forte e com certeza é similar a de muitas outras meninas espalhadas por este Brasil afora. Na época em que escrevi este livro pude conhecer uma mulher determinada e impressionante por não ter vergonha de assumir o que foi, e que mesmo com tantas dificuldades e sofrimento venceu na vida”, finalizou.