Mais uma vez, representantes da sociedade organizada de Guaraí (TO) reuniram-se com autoridades competentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, para discutir os problemas da obra da travessia urbana da BR-153 no município. A audiência pública (aberta a toda a comunidade) foi promovida pela Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Guaraí – ACIAG e aconteceu nesta quarta-feira, 12, por volta das 10h na Câmara Municipal de Vereadores do Município.
A reunião contou com a presença de representações dos atuais vereadores e dos vereadores eleitos, representantes do atual prefeito e o próximo prefeito eleito de Guaraí, o Coronel e Comandante Interino do 7º Batalhão da Policia Militar de Guaraí, representantes a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, Representantes da Policia Rodoviária Federal – PRF, Ministério Público Estadual e Promotoria de Justiça de Guaraí, Delegacia de Polícia Civil de Guaraí, outras representações e sociedade em geral , além do representante do DNIT, Sr. Jorge Barroca, que no ato representava o superintendente do órgão no Tocantins, Amaury Sousa Lima.
Infelizmente a participação da sociedade foi mínima, mesmo sensibilizada com a situação caótica da referida obra, apenas algumas poucas pessoas compareceram a audiência que durou pouco mais de 2 horas.
Dentre as principais reivindicações dos presentes estavam os seguintes pontos:
· Substituição da pastagem, plantada as margens do trecho urbano, por um gramado que facilite a visibilidade de quem necessita cruzar a rodovia;
· Instalação de iluminação em todo o trecho urbano da rodovia;
· Retirada dos entulhos existentes ao longo do trecho;
· Rebaixamento de alguns trevos da travessia, apontados por muitos como um dos principais fatores causadores de acidentes de transito ocorridos recentemente;
· Construção de túneis ou alternativas viáveis, para que principalmente os pedestres, possam atravessar com maior segurança;
· Instalação de semáforos e radares nos principais cruzamentos e pontos críticos, respectivamente;
· Criação de um programa de educação permanente para o trânsito (palestras, cursos, oficinas e ações educativas diversas);
· Construção de passarelas sobre a ponte do Córrego Tranqueira (faixas laterais, semelhantes à de alguns locais onde pedestres e ciclistas possam atravessar com mais segurança);
· Finalização Urgente da obra.
O Sr. Jorge Barroca, após diversos comentários e perguntas dos que se faziam presentes afirmou que o órgão fez e faz o possível para que tudo seja concluído dentro dos padrões de segurança estabelecidos no projeto, mas que infelizmente não houve recursos suficientes para se fazer aquilo que era necessário para a obra. “Faltou dinheiro para completar o projeto, assim como todos desejavam; Este é o 4º trabalho executado em Guaraí desde 1970 quando a rodovia começou a se tornar realidade, e nunca conseguimos concluir um projeto que fosse de fato atender as necessidades locais”, afirmou o representante do DNIT.
Jorge afirmou ainda que não há como o DNIT fazer adaptações sem que hajam recursos alocados para esta finalidade, o representante do DNIT reconheceu que existem dificuldades para se construir passarelas, assim como feito em outras localidades, pois Guaraí possui uma característica peculiar onde às faixas de domínio da rodovia foram invadidas, ou seja, os 40 metros de cada uma das margens, que deveriam ser livres de ocupação, não foram respeitados quando da urbanização da cidade.
Outro fator destacado por Jorge é que nas localidades onde existem as passarelas, a maioria dos moradores ainda prefere se arriscar na travessia pela pista, por entenderem que a passarela aumenta o tempo que se levaria para cruzar de um lado para outro, ainda mais se levarmos em consideração que as duas partes da cidade de Guaraí são relativamente muito próximas.
Diversas autoridades presentes, inclusive o prefeito eleito, afirmaram que se o DNIT não pode fazer nada emergencialmente, que ele pelo menos cumpra com os acordos tratados desde o movimento que fechou a rodovia há alguns meses atrás. Neste sentido o representante do DNIT foi claro ao dizer que algumas equipes já estão trabalhando no trecho, desde a semana passada e mais intensivamente nos próximos dias para que sejam instalados os redutores eletrônicos de velocidade e os radares, além de outras ações previstas no projeto que permitirão garantir um pouco mais de segurança, mas que reconhecidamente ainda estão longe do ideal.
Ao final da audiência, todos os presentes decidiram pela lavratura de um documento oficial, assinado pelas representações presentes, para que este pudesse ser encaminhado ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Polícia Rodoviária Federal e ao DNIT, cobrando prazos e atitudes para o atendimento das reivindicações locais. Caso continuarem havendo descumprimentos de acordos, os presentes sinalizaram que devem pedir criminal e judicialmente, o indiciamento e a consequente prisão das autoridades do DNIT pelos transtornos causados em Guaraí, movimentos e paralizações também foram cogitadas e podem ser organizadas nos próximos dias.