O vereador Iratã Abreu (PSD-TO), líder da oposição na Câmara Municipal de Palmas, fez na sessão ordinária desta terça-feira, 9, um balanço sobre os 100 dias de gestão do prefeito Carlos Amastha (PP), apontando-a como contraditória entre o que foi prometido em campanha e o que está acontecendo na prática.
“Não estou aqui para cobrar obras de médio e longo prazo. Comprometi-me em fazer uma oposição coerente, responsável e propositiva, mas não há como não observar que o modelo de gestão adotado é contrário discurso adotado por ele”, ponderou Iratã ao observar que nestes 100 dias o prefeito rompeu com grupo originário, ou seja, com o seu vice-prefeito, sargento Aragão, que saiu atirando e anunciando “o maior estelionato eleitoral que Palmas já viu”.
Iratã observou ainda que, mesmo depois de criticar “a velha política”, o prefeito fez aliança em tempo recorde com ex-governadores e grupos políticos, até então rivais e taxados por ele de corruptos.
O destempero e agressividade do prefeito, que não aceita o contraditório e as críticas, foi outro ponto observado por Iratã como marca do governo Amastha. “O que observamos é uma gestão na base do absolutismo, uma autocracia, que faz o que dá na telha, e que se lasquem os penalizados”, ressaltou Iratã.
O desrespeito com a Câmara Municipal também foi pontuado por Iratã. De acordo com ele, o que se viu nestes 100 dias foi um total desrespeito do prefeito para com o vereadores, tendo nos chamado de vagabundo. “Observo, senhores, que o pior dos erros é o desrespeito a si próprio, ao que foi dito e ao que proposto em campanha,” destacou o líder da oposição.
Iratã enumerou como “mentiras” do governo Amastha o anúncio de 50% do corte de gastos com os comissionados, quando na verdade houve um salto de R$ 24 milhões para R$ 42 milhões com a folha de pagamento.
Outra “mentira” enumerada foi que a Medida Provisória 03 tinha amparo legal, colocando, inclusive, a base aliada em dificuldade. A oposição, lembrou Iratã, alertou para as inconstitucionalidades, mas foi tratada como uma oposição desqualificada e sistêmica. “Hoje está claro que não foi assim e a própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) identificou à inconstitucionalidade desta medida”, disse Iratã ao apontar também a mentira de que o prefeito esperaria o parecer da OAB. “Ele não esperou. Sancionou a lei, ignorou a OAB e sequer esperou chegar o parecer da entidade na Prefeitura”.
Empreendedores
Em campanha, o prefeito Amastha fez compromisso com os empreendedores de Palmas, afirmando que sua gestão seria voltada ao desenvolvimento do micro e pequeno empresário. É outra “mentira”, disse Iratã ao lembrar que os ambulantes foram expulsos das ruas, os empresários estão sendo intimidados por fiscais e multados sem prazos adequados e que, nesta semana, os cessionários de quiosques foram comunicados que vão para o olho da rua.
Iratã encerrou sua fala, desejando que o prefeito seja acometido de um surto de bom senso e responsabilidade e com uma indagação sobre a real motivação do prefeito e mais cinco secretários deixarem o paço municipal para ocuparem um prédio alugado, num local impróprio, cujo proprietário é o mesmo da empresa concessionária do transporte coletivo e que, por sinal, patrocinou o carnaval, cuja prestação de contas não chegou a ser feita. “O que existe por trás disso tudo?”, indagou Iratã.