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Estado

A existência de um possível cartel formado por donos de postos de gasolina em Palmas está na mira do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE) que requisitou à Polícia Federal a instauração de inquérito para proceder com as investigações.

Em março de 2012 o Gaeco instaurou procedimento para apurar o possível cartel, mas, segundo informações  da Promotora de Justiça e coordenadora do Grupo, Kátia Chaves Gallietta, ao Conexão Tocantins, o inquérito é de competência da PF pois configura-se neste caso, crime interestadual, ou seja, com possível envolvimento de pessoas de outros Estados.

A Assessoria da PF informou que não pode dar informações sobre o assunto em razão de  qualquer investigação ou inquéritos serem de caráter sigiloso.

As suspeitas do cartel são em razão da variação insignificante de preço entre os postos da capital e da diferença com relação à cidades vizinhas como Porto Nacional e Lajeado. Em Porto por exemplo, em razão da concorrência entre os postos é possível abastecer a R$ 2,79 já em Lajeado o consumidor encontra um preço ainda mais barato: R$ 2,77.

Segundo informou o Sindiposto ao Conexão Tocantins, em Palmas são cerca de 40 postos de gasolina e, conforme pesquisa com relação aos presos a variação é de menos de 1% de um posto para o outro. Em postos do centro da cidade o preço da gasolina é de R$ 3,12 enquanto que em setores mais afastados da capital o litro sai por R$ 3,09.  Em Luzimangues, distrito de Porto Nacional, mas próximo da capital, o valor da gasolina é de R$ 2,98, em Paraíso do Tocantins encontra-se gasolina no valor de R$ 2,85. Até mesmo em Miracema do Tocantins o litro da gasolina sai bem mais em conta que na capital e é comercializado por R$ 2,92.

Sobre os altos preços o presidente do Sindiposto, Eduardo Augusto Rodrigues, em entrevista recente ao Conexão Tocantins em janeiro deste ano citou dificuldades de distância e logística para os revendedores da capital porque, segundo ele, os combustíveis vem de Goiânia, Brasília e São Luís, o que contribui para que os preços do Estado sejam um dos mais caros do País. Sobre a diferença de preços com relação a Porto Nacional o presidente frisou que é necessário analisar a qualidade do combustível que é vendido, entretanto, consumidores ouvidos pela reportagem e que já abasteceram em Porto Nacional e Lajeado afirmam que a gasolina é de excelente qualidade.  

Procon

O Procon também está de olho na variação dos preços, mas o diretor do órgão, Dulcélio Stival, afirmou ao Conexão Tocantins que o valor do combustível é liberado. “Não é tabelado”, completou. Segundo ele o órgão periodicamente faz e divulga um levantamento de preços para informar o consumidor sobre o assunto.

Questionado sobre denúncias no órgão, ele explicou que os consumidores costumam reclamar de preço diferenciado, nas formas de pagamento, como cartão de crédito ou cheques, e que nestes casos o órgão averigua a situação e toma providências.