Foi realizada na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 11, uma audiência pública para discutir a intervenção na Celtins. Segundo explicou
Averbuch, “a Celtins foi vítima de um problema externo a ela”, em referência à
gestão do Grupo Rede, ex-controlador da companhia. O interventor mencionou uma
série de decisões que levaram a empresa a ter problemas de caixa.
Entre elas, investimentos considerados “imprudentes”, de alto valor inicial e
de retorno demorado, contratos desfavoráveis à Celtins que beneficiaram outras
companhias de parentes da cúpula do Grupo Rede, excessivo número de
funcionários mantidos em São Paulo, falta de clareza quanto aos custos e saques
injustificados de R$ 42 milhões da Celtins para outras empresas do grupo.
Decisões como essas, ainda segundo o interventor, levaram à desconfiança do
setor financeiro que, diante da inadimplência da empresa, acionou-a
judicialmente, o que levou à intervenção pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel). Desde então, foi determinado que fosse feita auditoria na
companhia, transferida a estrutura de São Paulo para Palmas, renegociação de
contratos com credores e fornecedores, cortes de despesas e suspensão de
pagamentos em contratos considerados indevidos.
Foi explicado ainda que a intervenção será reavaliada no próximo mês, e que
caberá à Justiça a decisão sobre os bens dos ex-controladores do Grupo Rede e
sua possível liquidação. O interventor declarou ainda que há dois grupos
interessados na aquisição da Celtins, a CPFL e a Equatorial Energia.
Debate
Questionado pelos deputados Zé Roberto (PT), Amália Santana (PT) e Osires
Damaso (DEM) sobre a paralisação das obras do “Luz Para Todos” no Tocantins,
Averbuch explicou que a Celtins não dispõe dos recursos necessários para a
finalização do programa. Entretanto, ele ressaltou que está em estudo uma parceria
com o governo federal e que o andamento do projeto depende de uma resposta do
Ministério de Minas e Energia.
O deputado Stalin Bucar se queixou sobre o alcance insuficiente da rede de
energia no campo e a alta tarifa cobra pela serviço. Averbuch explicou que a
tarifa é determinada pela Aneel e que a dispersão da população tocantinense na
zona rural encarece o serviço.
Em resposta ao deputado Zé Roberto, que disse que a empresa era uma “balbúrdia”
antes da intervenção, Averbuch declarou que, apesar dos graves problemas
financeiros, a Celtins dispõe de um mercado que cresce rapidamente, de baixa
inadimplência dos consumidores e de um quadro de funcionários de qualidade.