Mais de 100 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que haviam ocupado uma área de terra próxima a Agrotins dia sete de julho, denominada fazenda Córrego Grande foram despejadas pela justiça nesta terça-feira, 31, através de um mandato de reintegração de posse. A área possui cerca de 200 hectares e está localizada a 20 km de Palmas.
Na versão do MST, a área denominada fazenda Córrego Grande é, na verdade, uma área de terra pública apropriada irregularmente por Roberto Aires Guimarães e sustentada por uma lei imoral de doação promovida pelo governo Carlos Gaguim, aprovada pela Assembleia Legislativa do estado do Tocantins.
“A área não cumpre a sua função social e está sendo segurada para fins de especulação imobiliária, prática de crimes ambientais e para respaldar hipotecas em instituições financeiras”, argumenta um dos líderes do movimento.
O MST afirma ainda que “esse é o retrato das terras públicas no entorno de Palmas. Ao invés de cumprir sua função pública, são usadas para atender aos interesses dos fazendeiros - especuladores imobiliários”, defende o Movimento.
Um dos principais temores do MST é que o governo do Tocantins promova - por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Regularização Fundiária, a regularização dessas e de outras áreas públicas adquiridas pelos especuladores de forma irregular.
Histórico
De acordo com o MST, as informações preliminares são de que a área ocupada nas proximidades da Agrotins trata-se de uma área que pertence ao Estado e não está cumprindo sua função social. Nessa área, o movimento pretende desenvolver atividades produtivas baseadas na experiência da agricultura agroecológica criando assim, com ajuda dos órgãos públicos, a experiência do cinturão verde de Palmas com produção de alimentos saudáveis e sustentáveis.
Acampamento Sebastião Bezerra
Atualmente, há no entorno de Palmas um acampamento de trabalhadores rurais sem terra – o Acampamento Sebastião Bezerra. Este resultou da ocupação da Fazenda Dom Augusto, localizada no quilômetro 25 entre Porto Nacional e Palmas, dia 21 de abril de 2011.
Na época, a ocupação foi realizada em protesto contra as irregularidades do latifúndio. O proprietário desta área, Alcides Rebeschini, também não detém toda a documentação da área de 3 mil hectares. A fazenda também está na lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego por ter sido flagrada com a prática de trabalho escravo, 100 trabalhadores foram resgatados em 2005. (Com informações do MST-TO)