O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST Tocantins - denuncia ameaças contra 100 famílias de trabalhadores rurais do Acampamento Beatriz Bandeira, localizado no município de Marianópolis/TO.
De acordo com o MST Tocantins, as famílias que ocupam a área desde 15 de agosto de 2025, foram surpreendidas nessa segunda-feira, 18 de agosto, por um grande efetivo da Polícia Militar. A ação, acompanhada por fazendeiro, advogado e trabalhadores da fazenda, resultou, segundo o movimento, em ameaças e na prisão de dois homens e duas mulheres, sendo uma delas mãe de uma bebê recém-nascida.
O MST explica que o loteamento Marianópolis, especificamente o lote 24, é uma área de Terra Pública da União, cujo título definitivo emitido de forma irregular pelo Itertins foi cancelado por decisão do Supremo Tribunal Federal. Segundo o Movimento, o Incra cadastrou as famílias em 2024 e já vistoriou a área para a criação de assentamento.
A ação policial, analisa o Movimento dos Trabalhadores, contrasta com a recente visita da Câmara de Conciliação Agrária - CCA do Incra Nacional e da Superintendência Regional no Tocantins ao Acampamento Beatriz Bandeira, que tratou da violência no campo na região e do assentamento das famílias acampadas.
"A atuação da Polícia Militar do Tocantins, que não foi legitimada por nenhuma decisão judicial, levanta sérias preocupações. Diante da falta de amparo legal, o MST exige a manifestação imediata da Câmara de Conciliação Agrária do Incra, da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, da Superintendência Regional do Incra no Tocantins e da Ouvidoria Agrária Nacional. Enquanto isso, as demais famílias permanecem acampadas na área, aflitas e preocupadas com o que pode acontecer", comunicou o MST Tocantins.
O Movimento destaca que a luta dessas famílias é para que o lote 24, área de terra pública da União localizada na região do Cantão, Vale do Araguaia, seja destinado para fins de reforma agrária. "A região já conta com vários assentamentos criados pelo Incra, reforçando a legitimidade da demanda por justiça social e acesso à terra", concluiu.
O Conexão Tocantins solicitou e aguarda posicionamento oficial da PM/TO, SSP/TO e Incra.