"Trabalhar, trabalhar e trabalhar", é o que diz o médico cubano Juan Miguel Guerra, que está em Palmas na companhia da esposa, a também médica cubana Yanelis López. Através do programa Mais Médicos, do governo federal, eles trabalharão em Buriti, a 643 km da Capital. A formação dos profissionais de Cuba é voltada, sobretudo, para a saúde da família: os médicos são clínicos gerais, com conhecimento em pediatria, pequenas cirurgias e em áreas como ginecologia e obstetrícia.
Ao todo, 18 profissionais do programa Mais Médicos estão em Palmas para, na próxima semana, iniciarem os atendimentos em unidades de saúde determinadas pelo Ministério da Saúde. Eles vão atender a demanda de 14 municípios e mais um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). Nesta semana, eles passam por capacitação promovida pelo governo do Estado através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
De acordo com a Secretaria, todos os médicos do programa Mais Médicos que vieram para o Tocantins escolheram o Estado. Yaquelin Causelo está entre esses profissionais e conta que é a única médica da família, tendo se formando há 16 anos. Nesse período, prestou serviços sociais em Cuba e depois trabalhou na Venezuela. Assim como boa parte dos médicos cubanos, possui especialização em Medicina Geral e Integral, com experiência de trabalho em zonas de conflito ou de países com Baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) na América Latina, África e Ásia.
Yaquelin Causelo é de Holguín, a mesma Província de Yudisley Guerrero, que também vai trabalhar no Tocantins. Elas estudaram na mesma instituição de ensino, a Universidade Mariana Grajales. Yudisley, que irá trabalhar em São Félix, a 227 quilômetros de Palmas, explica que em Cuba, após a conclusão do curso, é necessário prestar serviços sociais à comunidade, de dois a três anos. Depois desse período, ela ainda trabalhou por três anos no Timor Leste. “É um país muito pobre, tem más condições de higiene e há poucos médicos”, conta. Sobre a primeira semana no Estado, a médica diz que Palmas “é uma cidade bonita, e as pessoas são muito gentis”.
Formação cubana
Em Cuba há 25 faculdades públicas de Medicina e uma Escola Latino-Americana. A duração do curso é, assim como no Brasil, de seis anos em período integral. Após esse período o estudante faz especialização, com duração de três a quatro anos. Regras do Ministério da Educação de Cuba estabelecem que os alunos que obtêm notas altas ao longo do ensino secundário são aceitos nas faculdades de medicina.
Conheça os profissionais do Mais Médicos que estão no Tocantins:
Yaquelin Causelo: especialista em Medicina Geral e Integral, pela Universidade Mariana Grajales. Tem 16 anos de experiência.
A cubana Yudisley Guerrero, que irá para São Félix, trabalhou no Timor Leste por três anos.
Yaisel Perea é especialista em Medicina Geral e Integral. A médica irá trabalhar em Arraias e diz que “os brasileiros se parecem com os cubanos”.
Yamily Sanches tem 23 anos de experiência, dois destes trabalhando em Honduras, entre 2005 e 2007.
Da Província de Cienfuegos, a cubana Yolexis Jaramillo trabalhou por dois anos na Venezuela antes de vir para o Brasil
Angel Remígio já trabalhou no Tocantins e agora está de volta. Há quatro meses a comunidade indígena onde ele vai trabalhar está sem médico. “Minha disposição é de entrega total", diz.
Yamil Bell Villanueva: A médica que irá trabalhar em Esperantina, no extremo Norte do Estado, é formada há 19 anos.
Yarenis Pupo: “Tivemos um acolhimento muito bom. Me sinto como se estivesse em Cuba”, diz a médica de 34 anos que irá trabalhar em Sampaio.
Caridad Fuenteseca: Concluiu o curso de Medicina em 1987 e em 1992 fez especialização. Em Cuba, deixou uma filha que é pediatra.
Juan Miguel Guerra, natural de Ciego de Ávila, trabalha há 23 anos como médico. Nesse período atuou na Bolívia e Guatemala.
Yanisleidis Ledea trabalhou no Paquistão em 2005, há oito anos exerce a profissão. A médica é da Província de Holguíne e irá trabalhar em Maurilândia.
Yelin Falcon diz que veio ao Tocantins pela solidariedade. Já trabalhou na Venezuela por quatro anos e agora trabalhará em Barra d’Ouro.
Yanelis López Varela, formada em 1995, irá para Buriti com o esposo, o também médico cubano Juan Miguel Guerra.
Yolana Fundora tem 49 anos e há 25 é médica. Tem mestrado em Assessoramento Genético e já trabalhou na África, Gâmbia e Venezuela.
Yoselin Macias é de Havana e irá para Recursolândia. Tem experiência de 10 anos e já trabalhou na Bolívia.
Yovanez Diaz concluiu a faculdade em 1992 e a especialização em Medicina Geral e Integral em 1998. Ele trabalhará em Carrasco Bonito.
Fabrício Cavalcante é de Goiás e formou-se na Espanha. O médico brasileiro escolheu o Tocantins porque a família mora no Estado.
(ATN)