O Estadão divulgou que o Relatório da Operação Miquéias, da Polícia Federal, revela tentativas do grupo investigado pelo desvio de recursos de fundos de pensão de se aproximar do governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB).
O documento da PF, ao qual o Estadão teve acesso, revela que no Tocantins o grupo tinha contatos no governo. Num dos diálogos interceptados com autorização judicial, uma lobista investigado diz que o doleiro Fayed Traboulsi, chefe do grupo, segundo os investigadores, foi à inauguração de uma obra no Tocantins "porque Siqueira pediu".
O relatório não informa sobre qual Siqueira os dois se referem. A PF suspeita tratar-se do secretário Eduardo Siqueira Campos, filho do governador Siqueira Campos (PSDB).
Em data próxima ao diálogo, 26 de abril de 2012, o governo inaugurou uma rodovia. A assessoria do governo informou à reportagem do Estadão que o secretário desconhece as lobistas e que não foi investigado pela PF.
No relatório de inteligência da PF, são apontadas relações do então presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (IGEPREV), Rogério Villas Boas, com Fayed. Ele foi exonerado do cargo após seu nome ser mencionado.
Auditoria
Auditoria do Ministério da Previdência estima as perdas totais do Igeprev em 2012 da ordem de R$ 140 milhões. O Instituto investiu R$ 241 milhões nos fundos indicados pela empresa do doleiro Fayed (Invista).