Durante encontro na capital, sobre estratégias no combate a brucelose, promovido pela Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins - Adapec e a empresa MSD Animal, especialistas defenderam em uma mesa redonda o reconhecimento da doença como uma zoonose, pelo fato da mesma afetar os animais e ser transmitida para o homem.
A responsável técnica pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PECEBT, Regina Barbosa apresentou um panorama da brucelose no Estado, destacando que atualmente os índices de vacinação vêm aumentando a cada ano, porém, é necessário manter o controle da doença. “Avançamos bastante desde 2007, mas fatores como a informação aos produtores rurais e aos consumidores é fundamental para manter este controle, já que no último inquérito realizado em 2002, os índices apontaram que mesmo estando dentro do padrão nacional, os números de focos ainda são relevantes.”
Já o cientista-técnico internacional, Dr. Luís Ernesto Samartino, Doutor em Microbiologia Veterinária (Brucelose) pela Universidade de Louisiana-EUA contribuiu no debate trazendo as experiências vivenciadas por países da América Latina como a Argentina que mantém um controle parecido com o modelo brasileiro. Questionado sobre sistema de controle da doença na Argentina ele explicou que em relação a carcaças, por exemplo, que são detectadas alguma lesão, se elas forem pequenas são retiradas e a carcaça segue normalmente para o consumo, em casos mais graves são descartadas.
Já o médico veterinário da Superintendência Federal da Agricultura no Tocantins, Daltro Noleto Vasconcelos Júnior, disse que o Tocantins está na frente no controle da brucelose. “Nosso sistema de controle inclui além da vacinação com a B-19, agora também com a RB-51, médicos veterinários habilitados, controle do trânsito de animais, isso fez com que mercados exigentes em relação à brucelose, optassem em comprar a carne tocantinense.” Ele também reforçou a importância de uma política de divulgação dos riscos da doença que provoca prejuízos econômicos no rebanho e até sequelas para o ser humano.
A médica veterinária da Adapec, Joseanne Cademartori Lins, responsável pela área de inspeção animal disse que nos frigoríficos com inspeção estadual e federal é feito um rígido controle da doença, porém, os municípios precisam assumir suas responsabilidades quanto ao abate clandestino de animais.
Ainda durante o debate a servidora da Adapec, Dinalva Martins relatou o drama vivenciado por ela, quando seu filho adquiriu a doença, deixando-o com sequelas na audição, tendo que passar posteriormente por uma cirurgia de implante. Segunda ela ainda falta informação sobre o assunto e responsabilidade das empresas que produzem carne, leite e seus derivados. (Ascom Adapec)