O setor pecuário tocantinense contará com ações para impulsionar a produção leiteira e de corte em 2014. A Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro), por meio da Câmara Setorial do Leite planejam diversas atividades para incentivar os produtores do Estado. Para tanto, as 30 instituições que compõem a câmara elaboraram um programa estadual para os próximos cinco anos. A intenção é criar um plano de ação para o desenvolvimento do setor lácteo no Tocantins, visando o aumento da produção do leite.
No plano de ação, consta a reestruturação da câmara, com eleição da diretoria para os próximos anos. Segundo o supervisor de desenvolvimento animal da Seagro, Claudio Sayão, a diretoria será assumida por um representante de laticínios ou produtor de leite. “Isso será um grande princípio para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite no Estado”, argumentou.
Por meio do programa de melhoramento genético, o governo do Estado vem procurando dar mais qualidade na produção de leite em pequenas propriedades. De acordo com Claudio Sayão, o melhoramento genético já foi levado a pequenos produtores de 51 municípios. Ao todo, foram realizados 1.500 atendimentos, com protocolos de Inseminação artificial em tempo fixo em mais de 18.500 matrizes leiteiras.
O Tocantins está no 18º lugar no ranking brasileiro de produção de leite e em 3º da região norte, com 267 milhões de litros por ano.
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um aumento considerável na bovinocultura. Segundo dados da Supervisão de Desenvolvimento Animal, desde o surgimento do Estado, a criação de gado de corte e de leite cresceu 95%, passando de cerca de 4,2 milhões de cabeças de gado, em 1988, para mais de 8,2 milhões em 2013.
Melhoramento genético
O projeto iniciou em 2005, atendendo os produtores tocantinenses. O trabalho é realizado por meio do laboratório móvel de reprodução animal com a finalidade de multiplicação de caracteres desejáveis como a produção de leite, por meio de animais melhorados geneticamente. As atividades de campo envolvem as seguintes etapas: sensibilização e mobilização de produtores, seleção de propriedades e matrizes, aplicação da técnica e verificação de resultados.
Para participar do projeto, o produtor deve entrar em contato com a Seagro ou com Ruraltins e apresentar comprovantes de vacinação do rebanho e de exames sanitários. Além de mencionar o peso, a idade das matrizes e informar sobre a questão sanitária e nutricional.
De acordo com o secretário da agricultura e pecuária, Jaime Café, o projeto de melhoramento genético é uma importante ação para melhorar a qualidade do rebanho tocantinense e aumentar a produção leiteira, uma vez que a maior parte dos procedimentos são realizados no gado leiteiro. “Esse projeto beneficia, principalmente, os pequenos produtores e assentados sem condições financeiras para aplicar tecnologia em seu rebanho”, acrescentou Café.
“Nós usamos a biotecnologia IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo). A gente desloca equipe técnica, que faz o ultrassom. As vacas que estão vazias e boas para a reprodução, nós fazemos a inseminação artificial. O produtor, em contrapartida, adquire o sêmen”, frisou o Supervisor de Desenvolvimento Animal da Seagro, Claudio Sayão, ao reforçar que a iniciativa tem como foco principal os pequenos produtores de leite do Tocantins, contando com a parceria de prefeituras, associações e assentamentos.
Desde a criação do projeto em, 2005 já foram realizados 18.500 protocolos de inseminação artificial em tempo fixo, sendo que os principais touros utilizados são da raça holandês, girolando, gir e jersey.
Carne
O Tocantins é potencialmente pecuarista, com seus mais de oito milhões de cabeças de bovinos, vêm despontando economicamente nos segmentos de gado de leite e corte. A produção de carne bovina, por exemplo, é um atrativo importante para impulsionar a comercialização, principalmente para exportação. A carne bovina é, hoje, o segundo em volume de vendas ao exterior, atrás apenas da soja.
Dados mais recentes do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior, de agosto deste ano, mostram um aumento de 21,45% na exportação de carne bovina. Conforme os números, neste ano foram mais de 26.149 toneladas de carne exportada, gerando mais de US$ 105,5 milhões em negócios. Dentre os principais importadores da carne bovina tocantinense, estão países como Rússia, China e Espanha.
Ovinos
Muito mais do que criação de bovinos, o Tocantins tem fortalecido a criação de ovinos (ovelhas). Com medidas que beneficiam esta cadeia produtiva, o Estado tem presenciado um amplo crescimento. A ovinocultura apresenta um crescimento significativo nos últimos anos, saindo de 89.265 cabeças em 2009 para 127.680 em 2012, o que representa um aumento de 43% no efetivo do rebanho tocantinense. Os municípios com maior número de animais são Formoso do Araguaia e Araguaína, ambos com um rebanho em torno de 11 mil animais.
As perspectivas para o aumento da produção no Tocantins são positivas, haja vista a implantação de bases físicas e metodológicas criadas pela secretaria, em parcerias com instituições federais e estaduais de ensino, focando na formação de novas associações. “Em Barrolândia, por exemplo, existe uma associação no sistema de integração para produção, que utiliza técnicas de manejo, visando à rotatividade de pastagens, otimizando a alimentação, a procura de empresários na viabilidade de construção de abatedouros específicos para carne de ovinos e caprinos”, informa o departamento de Supervisão de Desenvolvimento Animal da Seagro.
Apicultura
O setor apícola tocantinense desponta como uma grande alternativa de geração de renda para os produtores rurais. Segundo dados da supervisão de Desenvolvimento Animal, em 2012 o Estado produziu 260 mil quilos de mel. A tendência é aumentar cada vez mais com as ações de desenvolvimento no setor pela Secretaria de Agricultura e Pecuária em parceria com a Federação da Apicultura do Estado do Tocantins (Fetoapi) e os produtores de mel do Estado.
Esses avanços são estimulados com incentivos em capacitações dos produtores, exposições de produtos e as construções das casas e entrepostos de mel em todo o Estado. Para a implantação destes empreendimentos no Estado foi assinado um convênio entre a Fetoapi – Federação da Apicultura do Estado do Tocantins, a Fundação Banco do Brasil e a Secretaria da Agricultura e Pecuária no valor de R$ 1,3 milhão para a construção de dez casas de mel e quatro entrepostos em sub-regiões apícolas do Estado.
Atualmente o município que mais produz mel no Tocantins é Nova Olinda, responsável por 10% da produção total em todo Estado.
Incentivos
Para estimular a produção de mel, muitas atividades foram realizadas com cursos sobre diversos temas: boas práticas de processamento, associativismo e cooperativismo na cadeia produtiva, manejo para alta produtividade, viabilidade econômica, entre outros assuntos.
Para a médica veterinária, Érika Jardim, os avanços do mel no Estado são fruto das parcerias entre a Seagro e instituições parceiras do setor, resultando na criação em 2006 do projeto Qualimel, que estimulou a produção. “A elaboração deste projeto teve como foco principal a sustentabilidade e profissionalização do setor apícola com ações em toda a cadeia produtiva”. (Ascom/Seagro)