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Estado

Dentre os vários servidores que estão insatisfeitos com o atual sistema de empréstimos consignados terceirizado pelo Estado, SRConsig, está a técnica em enfermagem, Simone Alves Cruz, 47, que em entrevista ao Conexão Tocantins nesta sexta-feira, 17, frisou que está tendo dificuldades para conseguir um novo empréstimo. Simone é concursada há 16 anos e tem atualmente quatro empréstimos.

“Quando vamos vender a dívida é uma confusão para pegar boleto e não estamos conseguimos pegar”, afirmou. O problema relatado por ela é um dos que foi apontado por vários correspondentes que procuraram o Conexão Tocantins para também reclamar do sistema. “Todo servidor que tem vários empréstimos como eu para juntar todas as margens e ficar numa só não está conseguindo porque esse sistema não junta mais”, acrescentou.

Mesmo diante das reclamações, a diretoria técnica do SRconsig argumentou ao Conexão Tocantins nesta sexta-feira, 17, que o sistema está normal para tal procedimento que possibilita a venda de dívida dos servidores para os bancos.

A servidora afirmou ainda que além dela outros 100 servidores estão insatisfeitos e sem conseguir fazer empréstimos por causa da burocracia. E o problema não para por aí conforme o relato da enfermeira. “Quando alguém consegue vender é uma confusão para liberar as  margens, o banco não libera, a gente liga na Secad e também não resolve. Está todo mundo insatisfeito”, disse.

Ela citou também que o Banco Panamericano e Bradesco estariam dificultando as operações. “A gente tem o direito de exigir e administrar o contrato da gente e eles querem administrar o nosso direito. Tinha era que facilitar e não atrapalhar”, defendeu.

Em entrevista ao Conexão Tocantins o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação –Sintet, José Roque, criticou o atual sistema e informou que fará uma mobilização dos servidores contra o GRConsig. “ Fomos contra quando mudou do Siconsig para esse atual sistema porque o governo não negociou com a gente e sim diretamente com o Sisepe”, frisou.

“Esse sistema é mais caro para o servidor e não atende a demanda das pessoas. Isso aí é um jogo que o secretário da Administração, Lucio Mascarenhas fez junto com o presidente do Sisepe, Cleiton”,acusou. O Sintet promete tomar providências sobre a insatisfação com relação ao atual sistema. “ Vamos fazer um debate esclarecendo a manobra que o governo fez junto com o Sisepe onde sacanearam com o servidor implantando um sistema mais caro e que só atrapalha o servidor”, frisou.

O presidente do Sisepe, Cleiton Pinheiro foi procurado pelo Conexão Tocantins várias vezes para falar do assunto e sempre afirmou que não registrou nenhuma reclamação sobre o sistema e disse ainda que os bancos estariam envolvendo os servidores na polêmica. Já o secretário Lucio e a Secad não se manifestaram sobre o novo sistema pois informaram que os representantes da empresa é que falariam sobre o assunto.

Polêmica

A polêmica sobre o novo sistema de consignados, implantado desde outubro do ano passado, começou desde o início do mês quando os administradores do SRConsig bloquearam os bancos no sistema para que eles assinassem o contrato que prevê uma taxa de 2% para a empresa sobre cada operação de crédito. Além dos 2% os bancos têm que repassar ainda mais R$ 2 por cada empréstimo. No sistema anterior, Siconsig, que era administrado pela própria Secad, a taxa era de apenas 1%.

Os correspondentes bancários que trabalham com empréstimos alegam inclusive que o número de empréstimos caiu desde o início do ano em razão dos problemas com o sistema. Por outro lado os administradores do sistema negam qualquer tipo de problema e anunciaram que no próximo mês vão abrir um escritório no Tocantins para atender os servidores.