Desde que a Secretaria Estadual de Cultura foi extinta pelo governo estadual as insatisfações se acentuaram no meio cultural com relação à área no Estado. O governo empossou recentemente o cantor Rick como secretário de promoção Cultural mas ele não mora no Tocantins e exercerá o cargo em Brasília. Rick recebe por mês R$ 13,5 mil.
Atualmente a pasta está vinculada a Secretaria Estadual da Educação e desde a saída do ex-secretário Danilo de Melo Souza e também do Diretor de Cultura, Célio Pedreira vários artistas se decepcionaram ainda mais com a atenção para a área. Um dos maiores expoentes da cultura no Estado, o cantor Genésio Tocantins disse ao Conexão Tocantins que o Estado está na contramão. “A cultura não precisa de governo, precisa das pessoas que fazem a cultura e do povo porque ela surge do seio da sociedade. Nenhum gestor público me representa porque minha identidade é diretamente com o povo. Não tem sentido acabar com uma secretaria, desestruturar uma fundação e nomear um secretário que nem tem interlocução com os artistas”, avaliou.
Para Genésio a nomeação de Rick é apenas uma manchete de jornal. “Nós depois de 25 anos entramos na contramão e estamos perdendo muito além disso o Estado não tem os equipamentos culturais necessários nem segue o plano nacional de Cultura.Mesmo assim continuarei firme no que faço há 30 anos que é buscar firmar a identidade cultural da minha região”, frisou.
Outro ativista cultural e representante da música do Tocantins no cenário nacional além de membro do Movimento de Políticas Públicas para a Cultura no Tocantins, MOVE-TO, Wetemberg Nunes afirmou ao Conexão Tocantins que o setor no Estado está sobrevivendo da iniciativa privada e do trabalho dos artistas. “A Cultura hoje é um problema de gestão do governo porque o próprio governo desrespeita o sistema que ele mesmo criou”, disse citando a extinção da secretaria e falta de autonomia da Fundação Cultural.
Segundo Wetemberg Nunes o governo atualmente lançou o edital de Cultura mas depois que a nova secretária da Educação, Adriana, assumiu, não se falou mais como ficará a área. “Depois da mudança de secretário não se falou em mais nada daí entrou o Rick numa tentativa de passar a impressão que ele é o representante da Cultura mas isso é uma farsa”, frisou Wetemberg Nunes. Para o ativista o governo apenas criou um cargo de secretário que na prática não terá impacto nenhum na área. “O Estado opta por promover o quê? Não tem nada que representa a cultura hoje. Na verdade ele (O Rick) está promovendo ele mesmo”, disse.
A Folha de São Paulo repercutiu a situação de Rick como secretário e a fala da assessoria dele que informou que o cantor não tem obrigatoriedade de ficar no Estado o tempo inteiro.