O Governo do Estado vai investir R$ 15 milhões na compra de alimentos produzidos pelos agricultores familiares. Nesse sentido, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins, vinculado a Secretaria da Agricultura e Pecuária, lançou na sexta-feira, 27, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Compra Direta Local - versão 2014. A solenidade aconteceu na Diretoria Regional de Ensino, em Colinas do Tocantins, com as presenças da presidente do Instituto, Miyuki Hyashida, de servidores, entidades e de agricultores.
No lançamento os agricultores familiares do município de Colinas, cadastrados no programa, efetuaram as primeiras vendas de mercadorias como hortaliças, frutas, arroz, mel, frangos, doces e polpa de frutas que na sequencia foram doadas as instituições sociais do município.
De acordo com o coordenador estadual do programa, Adenieux Rosa Santana, ao todo, 4.913 agricultores familiares serão beneficiados em todo Estado, por meio da venda de seus produtos. A ação visa promover o fortalecimento da agricultura familiar, a inclusão social e econômica do agricultor, além de garantir alimentação para pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar. “Os produtos adquiridos do agricultor são doados a escolas, creches, hospitais, albergues, associação de idosos e outras instituições filantrópicas. A meta este ano é contemplar 1.116 entidades e consequentemente 225 mil pessoas por elas assistidas”, destacou Santana.
Para a presidente Miyuki Hyashida, o PAA é um grande aliado do produtor, pois tira a figura do atravessador, gera renda e incentiva a permanência do homem no campo. “Sem dúvida esse é um dos grandes programas sociais realizados pelo governo, através do qual nós garantimos aos agricultores condições de produzir, conquistar novos mercados e alimentar não só as famílias deles, como também a de outras pessoas”, avaliou.
A produtora de polpa de frutas Lúcia Caetano, já comercializa para o Compra Direta. Para ela ações como essa impulsionam a produção no campo, pois trazem tranquilidade aos agricultores, uma vez que a venda é garantida. “É muito bom produzir sabendo que a mercadoria tem destino certo. Com os recursos podemos investir na melhoria da qualidade de vida e na compra de novos maquinários para produzir cada vez mais”, pontua.
A Casa de Euripedes é uma das instituições de Colinas que há três anos recebe doações do programa. Lá, mais de 500 pessoas fazem, gratuitamente, cinco refeições por dia e os alimentos recebidos enriquecem o cardápio. “Programas sociais consistentes, sérios e responsáveis ajudam as pessoas não só a ter o que comer, mas também a alcançar dignidade na vida. O Ruraltins proporciona justamente isso para quem está no campo, através do Compra Direta”, disse Mirian Rocha, representante da instituição.
Sistema informatizado
O Programa de Aquisição de Alimentos a partir de agora será gerido por um sistema informatizado, no qual está sendo inserido o Cartão do Produtor Rural no Estado. O objetivo é desburocratizar e facilitar a compra e venda dos produtos, já que o pagamento será feito, via cartão, em conta no Banco do Brasil criada, em nome do agricultor familiar, para que possa sacar o valor correspondente à venda de sua mercadoria.
Para operacionalizar esse novo sistema, técnicos serão treinados em todas as regionais do Ruraltins. As primeiras oficinas aconteceram em Tocantinópolis e Colinas, onde 60 profissionais foram capacitados e agora estão aptos a participar do processo de aquisição de alimentos junto aos produtores dos 46 municípios que compõem as regionais de Araguatins e Araguaina. A previsão é que até o mês de agosto as oficinas sejam finalizadas para que todos os agricultores familiares, participantes do Compra Direta, possam então vender seus produtos.
PAA
O PAA é fruto de um convênio firmado entre o governo do Estado e o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), sendo executado pelo Ruraltins. A iniciativa vem proporcionando uma verdadeira revolução no campo, onde os agricultores são incentivados a diversificar e aumentar a produção, conquistar novos mercados de comercialização, gerar trabalho e renda, organizar a produção por meio do trabalho conjunto (associativismo e cooperativismo), além de proporcionar a permanência do homem no campo, reduzindo assim o êxodo rural.
Para participar do Programa, o agricultor deve ser identificado como agricultor familiar, enquadrado no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A identificação é feita nos escritórios do Ruraltins, por meio de uma Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). (Ascom Ruraltins)