O Tocantins será o segundo Estado brasileiro a realizar inquérito domiciliar para detecção precoce do tracoma. A pesquisa amostral foi anunciada na manhã desta última terça-feira, 12 de agosto, na 3ª Reunião Internacional de Gerentes dos Programas Nacionais de Eliminação do Tracoma nas Américas. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, o local foi escolhido para sediar o evento internacional por ter apresentado indicadores bem avaliados pelo Ministério da Saúde.
O tracoma é uma doença inflamatória dos olhos que afeta a córnea e a conjuntiva, provocada pela bactéria Chlamydia Trachomatis. Esse micro-organismo é responsável também por outros quadros infecciosos, como a conjuntivite de inclusão (sorotipos D e K) e algumas doenças sexualmente transmissíveis.
“Os sintomas são parecidos com a conjuntivite. A pessoa sente uma sensação de corpo estranho nos olhos, lacrimejamento, irritação e coceira. Se não for tratado, as lesões podem levar a cegueira”, explica a oftalmologista Susan Yano Mocelin , da Clínica de Olhos Yano.
A oftalmologista conta ainda que a transmissão pode ocorrer sempre que houver lesões ativas na conjuntiva pelo contato direto entre as pessoas, ou por contato indireto com mãos ou objetos contaminados (toalhas, lenços, produtos de maquiagem, etc.).
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é clínico baseado nos sinais e sintomas. “Algumas pessoas observam lesões na pálpebra, mas somente numa avaliação clínica podemos ter a certeza da doença”, afirma Susan Yano Mocelin.
No Tocantins, assim como em todo o Brasil, o tratamento contra o tracoma é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento com antibióticos (tetraciclina, eritromicina, azitromicina, ou sulfa) e uso local de colírios e pomadas oftálmicas. O tratamento deve ser introduzido tão logo tenha sido feito o diagnóstico clínico, antes mesmo de saírem os resultados dos exames laboratoriais.
Recomendações
* Lave sempre as mãos com água e sabão;
* Estimule as crianças a cuidar da higiene pessoal e do lugar onde vivem;
* Saiba que objetos de uso pessoal, como material escolar e toalhas, por exemplo, podem ser veículos de transmissão da bactéria;
* Não se descuide das consultas médicas que devem ser realizadas a cada seis meses até ser determinada a cura definitiva da doença. O principal objetivo desse acompanhamento é evitar as recidivas da infecção que podem levar à cegueira.