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Opinião

Foto: Divulgação

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No mês de Maio de 2015 completei meu primeiro ano na Advocacia e pude perceber uma campanha nacional de valorização do jovem advogado, aquele com até 5 anos de atuação no mercado. Através desta abertura ao jovem advogado, pude participar recentemente de uma audiência pública que tratava sobre o tema.

Um dos assuntos da pauta, era a elaboração do piso salarial para o advogado, e fiquei muito surpreso quando um dos integrantes da mesa se mostrou receoso à implantação do piso, pois assim geraria um desemprego em massa, justificando que através de alguns procedimentos poderíamos facilmente chegar à por exemplo R$ 1.800,00 reais por mês (um valor razoável e talvez próximo do piso a ser estipulado), não tiro sua razão porém tive que fazer algumas ressalvas.

Após essa manifestação, pedi a palavra e subi à tribuna para fazer algumas considerações sobre como realmente é a advocacia jovem, pelo menos para mim.

Sou o primeiro advogado da família, tanto materna quanto paterna, fui pai muito jovem aos 20 anos, e me vi à assumir compromissos muito cedo (ninguém foi responsável por isso além de mim mesmo), porém após a tão sonhada carteira da OAB, me vi diante de um mercado promissor e comecei a atuar na área de previdenciário, logo pensei, um cliente por mês, apenas um seria suficiente para manter as despesas mensais, mas, após o meu primeiro ano, não consegui conquistar os tão sonhados 12 clientes anuais em previdenciário como almejei, e por um motivo muito simples, vivo de sobras, isso mesmo, não é novidade pra ninguém a captação indevida de clientes aqui na região por pelo menos 3 grandes escritórios previdenciaristas (não tenho captador, nem carro de som). Essa é a nossa realidade, ainda bem que o direito do trabalho e algumas liminares foram suficientes para honrar meus compromissos com o meu aluguel de uma sala de 9 m², ainda sem frigobar e sem secretária, que eu mesmo limpo aos domingos de manhã.

Mas estou firme e convicto que através do meu esforço e pautado no código de ética e no estatuto, de que a minha hora vai chegar, que os procedimentos virão com mais volume ao meu escritório e que os clientes que tive sucesso em suas ações, irão me indicar para seus colegas, e que um dia, com os pés no chão, terei minha própria secretária e meu frigobar para ter melhores condições de trabalho e mais conforto para meus clientes.

Palavras de um Jovem Advogado

* Marcelo Rodrigues Dala, OAB / TO 6.179