O deputado estadual Wanderlei Barbosa (SD) repercutiu na Assembleia Legislativa do Tocantins a aprovação relâmpago do projeto de lei da Prefeitura de Palmas que cria 370 cargos de monitores na Educação com ensino médio em substituição a vários professores de nível superior contratados na rede municipal de ensino. “Os servidores não podem ser humilhados porque são contratados, tem que ser tratados com respeito”, disse.
O deputado afirmou que foram demitidos mais de 600 profissionais da Educação de Palmas que recebiam salário de cerca de R$ 1,9 mil e acusou uma manobra. “Deixou a educação entrar em férias para entrar com uma matéria e votar rapidamente para evitar que os professores se mobilizassem”, disse.
“Lamentável que a Educação de Palmas não tenha os devidos investimentos que deveriam ter, apenas investem os 25% na marra e o sentimento de empreender? Se fosse para gerar novos empregos e oportunidades para desempregados não estaria fazendo essa reclamação mas deixaram acabar os contratos de P1 com salário de R$ 1.900”, afirmou.
Não faltaram críticas no discurso de Wanderlei para o secretário Danilo de Melo Souza. “Ele trabalha projeto que vem contra o que esperam os educadores, pais e educandos”, disse ao pedir que o Sintet se posicione a respeito.
O deputado aliado do prefeito, Ricardo Ayres (PSB) tentou defender a prefeitura. “O prefeito Carlos Amastha enviou à Câmara Municipal, uma proposta que equaciona as dificuldades pelas quais o município passa no âmbito da educação num orçamento também já espremido para que haja financiamento do Governo Federal através desse programa", disse.
O deputado Valdemar Junior (PSD) disse que vai anda hoje em busca da íntegra do projeto para entender e disse não ver com bons olhos a substituição de professores por profissionais do nível médio. Ele tem dos filhos que estudam em uma creche da capital. “Me sinto tranquilo, deixo meus filhos no Cmei”, defendeu ao admitir que ficou com a orelha em pé com relação ao assunto. “Estão esperando de alguém que não tem formação a agilidade para elaborar um plano escolar?”, disse.
O deputado José Bonifácio (PR) também comentou o assunto e criticou a propositura: “Isso e uma vergonha”, pontuou.
Monitores
O projeto foi aprovado com três votos contra dos vereadores Júnior Geo, Joaquim Maia e Lúcio Campelo e propõe o Programa Salas Integradas na Secretaria Municipal de Educação criando 320 cargos de monitores de desenvolvimento infantil e mais 50 de monitor de atividade ampliada, todos com exigência apenas do ensino médio. Cada monitor receberá por mês R$ 1 mil com carga horária de 40 horas.O impacto com as novas contratações será de R$ 370 mil por mês e R$ 4,4 mi por ano.
A prefeitura institui ainda no projeto que cabe à pasta da Educação a cada ano os critérios de priorização de acordo com a realidade local de cada escola municipal. O projeto especifica algumas atribuições dos novos contratados como fazer atividades de recreação com os alunos, auxiliar na higiene pessoal dentre outras atividades de auxílio.
Sindicatos
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet) e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sisemp) demonstraram insatisfação com a aprovação do projeto. O Sintet se movimenta contra a aprovação do Projeto de Lei da Prefeitura de Palmas e se reuniu nesta quinta-feira.