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Polí­tica

Foto: Divulgação
  • Prefeito e secretários se reuniram com ex-servidores para falar das demissões

A demissão de mais de 300 servidores de serviços gerais contratados pela Prefeitura de Palmas repercutiu entre os deputados estaduais e foi duramente criticada pelo deputado Wanderlei Barbosa (SD). “O que me surpreende é que na jogada de marketing ele (prefeito Carlos Amastha (PSB)) tira foto com os garis comendo e depois demite”, disse. Segundo ele, o prefeito chegou a ver vaiado pelos servidores.

Uma reunião para tratar das demissões, aconteceu na última segunda-feira, 17, no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, em Palmas, às 13 horas. Na ocasião, participaram da reunião, o prefeito Carlos Amastha, os Secretários de Educação, Ação Social, Integração Social, Infraestrutura e o vereador de Palmas, Waldson da Agesp (PT), representante da classe trabalhadora. O assunto gerou polêmica também nas redes sociais.

O prefeito teria dito aos servidores demitidos que eles precisariam fazer curso superior, segundo Wanderlei. “Como pagar uma universidade um cidadão que ganha R$ 800 reais e é demitido todo ano e o prefeito utiliza de massa de manobra?!”, questionou. “Fico indignado de ver pais de família serem demitidos e professores virando monitores. É um governo colombiano com cara de venezuelano: gosta de massacrar as pessoas”, frisou.

O deputado chamou o governo municipal de malvado e questionou as demissões tendo em vista o crescimento da arrecadação da capital. “O município tem uma gigantesca carga tributária que todos pagam e ainda demite garis? É difícil ver um pai de família sair chorando porque não tem o dinheiro de pagar a água e a luz da sua casa”, relatou.

A inauguração do Resolve Palmas também foi abordada pelo parlamentar que questionou a falta de andamento das obras do Shopping da Cidadania. “Aluga prédio de R$ 80 mil ao invés de pagar os garis”, afirmou. Ele questionou a demora no término das obras do Shopping da Cidadania e disse que os serviços que eram prestados lá foram centralizados o que prejudicará a população da região Sul. “Ele continua passando o asfalto onde já tem e deixando as pessoas na poeira. Enquanto ele limpa a cidade no centro, limpa também o bolso do povo”, afirmou.

O deputado Ricardo Ayres (PSB), defensor da prefeitura, disse que Wanderlei tem ódio desmedido. Segundo ele, o prefeito determinou que a gestão economize R$ 1,2 milhões até o final do ano. Sobre as demissões,  ele disse que  a prefeitura valoriza o servidor. “Precisamos trazer a população os fatos como ele se apresentam para que, ouvindo as duas versões, a população possa julgar”, disse.

Idade da pedra

Enquanto há demissões e insatisfações, o prefeito de Palmas afirmou em rede social na sua página no microblog Twitter nesta quarta-feira, estar otimista com relação à capital. “Enquanto inaugurava ontem o Resolve Palmas, impossível não lembrar a estrutura, inexistente, que assumimos. Muito orgulho. O Palmense merece. Tiramos Palmas da idade da pedra e trouxemos para o primeiríssimo mundo. Sempre focado no cidadão. Construindo a melhor cidade do mundo. Te amo”, postou na rede social.

Arrecadação recorde

Enquanto em gestões passadas a Prefeitura de Palmas contava com um orçamento médio anual de pouco mais de R$ 400 milhões, atualmente a arrecadação bate recorde, principalmente por meio do IPTU, que, em muitos casos, chegou a subir até 500%, propiciando um orçamento recorde de R$ 1,2 bilhão/ano ao executivo municipal. Entretanto, com todo este recurso, o que se vê são demissões de servidores, projeto aprovado de substituição na rede municipal de ensino, de professores por monitores, além de pouco se ver obras pela cidade, a não ser reformas dos aparelhos públicos construídos pelos gestores anteriores. 

A gestão da Prefeitura de Palmas também é constantemente acusada pelo deputado Wanderlei Barbosa de estar maquiando a capital com pinturas de meio fio, e, principalmente, de estar superfaturando reformas e comprando grama acima do preço de mercado para plantar e deixar morrer, uma vez que nos locais onde implanta, não o faz o com sistema de irrigação. A Prefeitura de Palmas, inclusive, vem deixando morrer até mesmo a grama dos canteiros onde há sistema de irrigação automatizado implantado pela gestão anterior, já que não deu manutenção no sistema que encontra-se travado e inutilizado em quase sua totalidade. Por toda a cidade pode-se ver um cenário de canteiros amarelados com as plantas totalmente queimadas pelo sol, diferente dos anos anteriores, quando, nesta época do ano, os canteiros e jardins se encontravam todos verdes e conservados.  (Atualizada às 12h46)