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Estado

Na tarde desta terça feira, 1º de setembro, por volta das 15 horas, um homem armado com um revólver invadiu a redação do jornal Primeira Página em Palmas, localizado na quadra 206 Sul. Apontando a arma para a cabeça dos funcionários, o assaltante trancou-os nos banheiros situados na parte de cima da construção, enquanto vasculhava toda a sede da empresa recolhendo os pertences. Perguntou por dinheiro, encontrando apenas R$ 30,00 em espécie, que levou. O bandido carregou ainda todos os notebooks utilizados no trabalho dos profissionais, além dos seus aparelhos celulares, entre outros equipamentos.

Os funcionários ficaram trancados gritando por socorro, até a chegada de um deles que estava fora da sede do jornal, que ouviu os gritos de socorro. O funcionário foi até a parte de cima da construção, pediu para os demais permanecerem trancados nos banheiros e desceu, chamando a polícia, para averiguar se o bandido ainda permanecia no local e para registrar o ocorrido por meio de BO. Após a chegada da polícia, os funcionários foram libertados. A suspeita é que outro bandido estava na rua, dando suporte para o assaltante.

A escalada da violência em Palmas, que tem resultado no aumento do número de assaltos a lojas, comerciantes e empresas em geral, além de residências dos moradores, tem assustado a população da capital.

A ousadia dos bandidos ao assaltar a redação de conhecido veículo de comunicação, onde eles sabem que não tem mercadorias e produtos de valor, muito menos fluxo de dinheiro em caixa, foi muito grande.

Ataque a veículo de imprensa

Qualquer violência sofrida por qualquer meio de comunicação tem que ser olhada com atenção, porque pode representar algum tipo de ameaça e retaliação ao veículo e aos seus jornalistas pelo que é publicado. O jornal Primeira Página, nos seus 30 anos que serão completados em novembro, tem como marca uma linha editorial independente, tecendo constantemente críticas e denúncias aos poderosos. Há 10 anos, em 2005, num período em que diversas reportagens investigativas vinham sendo publicadas, a residência em Palmas da jornalista Sandra Miranda, editora geral do Primeira Página, sofreu um atentado, com a provocação de um incêndio na despensa da sua casa, atestado como criminoso pelo laudo pericial dos técnicos da Policia Civil.

A imprensa local e nacional repercutiu o incêndio, que contou com o apoio de todas as entidades de proteção à liberdade de imprensa, como a Federação Nacional de Jornalistas – Fenaj; a Associação Brasileira de Imprensa – ABI; a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraj; Sociedade Interamericana de Imprensa – SIP; a Organização Repórteres sem Fronteiras, entre outras. Até hoje o episódio não foi esclarecido pelas autoridades de segurança no Tocantins. (Atualizada às 23h07)