Anúncios foram feitos durante a apresentação do programa O Campo na Classe Média ontem na Capital, que vai atender, em parceria com prefeituras, 10 mil produtores no Estado com qualificação profissional, assistência técnica e orientação sobre correções de mercado. Kátia também informou que Ceasa de Palmas terá parceria com Ceasa de Minas e Ceagesp, maior entreposto de verduras da América Latina.
Com a garantia de já ter 73% do orçamento do seu ministério este ano garantidos e empenhados, a ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu, anunciou na Capital a viabilização de R$ 2 milhões para a Agência de Defesa Agropecuária do Estado. Os recursos deverão ser repassados após MP do governo federal que deve suspender a inadimplência do Tocantins e mais 23 Estados no setor. Os recursos deverão ser utilizados no custeio da agência como despesas com abastecimento de veículos destinados à fiscalização. Kátia Abreu anunciou também que o Ministério da Agricultura já conseguiu empenhar 20 dos 40 tratores destinados às prefeituras do Estado, objeto de convênio assinado na sua última visita ao Tocantins. Os recursos para mais 20 tratores deverão ser empenhados no próximo mês de outubro. A Ministra informou também a viabilização junto ao Ministério dos Transportes, da duplicação da BR-153 em Paraíso, recurso garantido pelo próprio ministro à senadora e ministra da Agricultura.
Os anúncios foram feitos a prefeitos reunidos da sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado, quando a ministra Kátia Abreu apresentou o programa O Campo na Classe Média, base do futuro Sistema Único da Agricultura que, acredita a Ministra, deve ser universalizado em 10 anos, à semelhança do Sistema Único de Saúde. O Campo na Classe Média de aumentar a renda do produtor rural, disponibilizando qualificação profissional aos produtores das classes D e E para que migrem para a classe C. O Ministério da Agricultura vai atender 10 mil produtores da região do Matopiba (400 mil em todo o país),por meio de assistência técnica, qualificação profissional e correções de mercado. O programa será desenvolvido em parceria com os municípios, onde os prefeitos farão o que se denomina porteira a porteira, ir diretamente aos produtores. “Os pequenos produtores terão a oportunidade de passar a integrar o agronegócio de sucesso”, disse a Ministra. O encontro teve a participação do presidente da Faet, Paulo Carneiro, do secretário da Agricultura, Clemente Barros, do deputado federal Carlos Gaguim, coordenador da bancada no Congresso Nacional, senador Donizetti Nogueira e cerca de 30 prefeitos do Bico do Papagaio e da região de Araguaína e Miracema.
Para a viabilização do programa, a ministra disse que serão utilizados os modelos do associativismo e do cooperativismo. “O produtor compra mal e vende mal porque está sozinho, juntos tem maior poder de compra, podem comprar insumos por preços mais baixos e vender melhor”, falou a Ministra. Os produtores terão qualificação profissional uma vez por mês durante dois anos. Serão 200 horas de qualificação, sendo 160 na atividade de sua propriedade e outras 40 horas de gestão. Para Kátia Abreu, o programa pode inverter a ordem, com a população observando no campo um mercado de trabalho. “Se cada um dos 100 mil produtores empregarem pelo menos duas pessoas, teremos um grande mercado de trabalho”, projetou a Ministra. Para ela, o programa será de vital importância para o Tocantins onde a maioria dos empregos está no serviço público. “Temos que partir para a iniciativa privada, o Tocantins é um dos Estados onde tem mais gente empregada no governo”, falou a ministra.
Projetos
A ministra Kátia Abreu discorreu sobre os principais projetos do Estado, de competência do Ministério da Integração, objeto de reunião no Ministério da Agricultura na semana passada com a Secretaria Nacional de Irrigação. Dentre eles, o Projeto São João onde, segundo a Ministra, as pessoas compraram os lotes do governo mas não estão produzindo nada, aguardando apenas a especulação. O projeto é do governo federal e envolve recursos da ordem de R$ 262 milhões (sendo 10% de contrapartida do Estado) numa área de 2.500 hectares. Outro projeto abordado pela Senadora foi o Manoel Alves. Na reunião com a Secretaria Nacional de Irrigação, foram discutidas saídas para se tocar o projeto de R$ 214 milhões (10% de contrapartida do Estado), numa área de 5 mil hectares.
No caso do projeto no Manoel Alves, a ministra Kátia Abreu informou já ter prospectado o maior empresário do ramo de fruticultura do país, que já demonstrou interesse em implantar na região um projeto que seria uma espécie de âncora para os outros produtores. “Mas o projeto Manoel Alves primeiro tem que ser viabilizado e para isto nós estamos trabalhando nos ministérios e com a presidente Dilma”, falou a Ministra. Ela informou também que andam em ritmo acelerado as tratativas para a implantação da Ceasa na Capital. O projeto terá uma parceria com a Ceasa de Minas Gerais e a Ceagesp (SP), maior entreposto de verduras da América Latina. ‘Vamos atender na Capital praticamente toda a região do Matopiba”, antecipou a ministra.