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Saúde

Começou nesta terça-feira, 6, e vai até a próxima sexta-feira, novo curso da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), em Palmas/TO. O presidente da sociedade, Marco Andrey Cipriani Frade e Fred Bernardes, também da SBH, estarão na capital para ministrar as aulas de atualização para profissionais da saúde.

Nesta terça, começou a aula para 17 médicos e dois fisioterapeutas que atuam nos ambulatórios de referência em hanseníase do estado, durante todo o dia, até às 18h, no auditório do anexo I da Secretaria da Saúde – Térreo. O curso conta com aula teórica sobre sinais e sintomas, diagnóstico, modo de transmissão, tratamento, avaliação neurológica da face, nariz, olhos, membros superiores e inferiores, classificação do grau de incapacidade etc.

De 7 a 9/10, será realizada a capacitação para atenção primária na assistência integral ao paciente de hanseníase, para médicos e enfermeiros, na Escola Tocantinense do SUS Dr. Gismar Gomes, das 8h às 12h e das 14h às 18h.

A aula prática será com avaliação de pacientes em tratamento ou em estado reacional (com reação hansênica) quanto ao diagnóstico e tratamento. As reações hansênicas são classificadas de acordo com o aparecimento dos sinais e sintomas como: reação hansênica do tipo 1 e tipo 2. Os pacientes com reação tipo 1 ou reação reversa, apresentam novas lesões dermatológicas, infiltrações, alterações de cor e edema nas lesões antigas, bem como dor ou espessamento de nervos (neurites). Os pacientes com reação tipo 2, ou eritema nodoso hansênico (ENH) apresentam sintomas gerais como febre, queda do estado geral, astenia, anorexia, artralgias, orquite e muitas vezes presença de nódulos subcutâneos, vermelhos e dolorosos disseminados. Além disso, pode-se observar neurite isolada; ou seja, neurite sem a presença de lesões de pele provocadas pelas reações. Os portadores de hanseníases podem também apresentar reações mistas; ou seja, reações tipo 1 e 2 ao mesmo tempo e reações tipo eritema polimorfo.

Participam os médicos da SBH e os profissionais em capacitação. Também será feita a avaliação neurológica de pacientes, com prevenção de incapacidades e orientações sobre autocuidado.

Hanseníase em Tocantins

Tocantins é o segundo estado brasileiro com maior numero de notificações de casos novos em pacientes menores de 15 anos de idade, considerado, pelo Ministério da Saúde, em estado hiperendêmico.

A SBH está preocupada com o alto índice de casos em pacientes menores de 15 anos de idade. “Embora os números oficiais demonstrem redução da prevalência da hanseníase no país, o contínuo e elevado número de casos novos detectados, mais de 30 mil/ano, a heterogeneidade desses índices dentre as regiões do país, o número de crianças menores de 15 anos com a doença são indicadores que nos colocam em alerta quanto à realidade endêmica no Brasil. Além disso, inserções de busca ativa de casos novos por profissionais filiados à SBH de todo o país têm demonstrado percentuais de casos novos elevados, mesmo em regiões com indiciadores de controle da endemia já alcançados há anos”, alerta o presidente da entidade.

8° Simpósio Brasileiro de Hansenologia

De 30 de outubro a 2 de novembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, a SBH realiza a oitava edição de seu simpósio. O tema deste ano é “Ações para diagnóstico precoce e/ou oportuno da hanseníase”.

SBH

É a realizadora do Simpósio Brasileiro de Hansenologia e do Congresso Brasileiro – este acontece a cada três anos. São os únicos eventos no país que tratam especificamente do tema e atendem a uma rede de profissionais da saúde que inclui: médicos das áreas de dermatologia, infectologia, clínica médica, neurologia, ortopedia, oftalmologia, medicina da família e comunidade, medicina preventiva e social, além de profissionais de fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social, história, biomedicina e alunos de graduação. A SBH é a responsável pela aplicação da prova teórico-prática para obtenção do certificado de área de atuação em hansenologia para médicos. As provas são realizadas a cada três anos, durante o congresso da entidade.

A entidade é presidida por Marco Andrey Cipriani Frade, dermatologista pela SBD-AMB (Sociedade Brasileira de Dermatologia-Associação Médica Brasileira) e hansenologista pela SBH-AMB, coordenador de Residência Médica de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP (HCFMRP-USP), coordenador do Centro de Referência em Dermatologia Sanitária - Hanseníase - HCFMRP-USP.