Na sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, nesta segunda-feira (19), a deputada federal professora Dorinha Seabra Rezende (Democratas/TO) lamentou o fato do evento estar esvaziado por autoridades convidadas. “A sessão esvaziada mostra que não há respeito pela profissão do professor”.
A democrata criticou o fato de que a educação só é lembrada em discursos vazios no período de campanha eleitoral. "Se o Brasil não acordar e entender que a educação é importante não somente em discurso político e nas grandes manchetes, se não for encarada com responsabilidade e como prioridade, não adianta. O assunto educação e a importância do professor precisam sair do papel e do discurso vazio para que seja possível construir uma nova realidade para a nossa sociedade".
Professora Dorinha também citou as greves de professores que ocorrem em vários estados e municípios, assim como ocorreu no Tocantins e que está acontecendo nesse momento em Palmas. “Fico descontente em ver que muitas crianças e jovens que deveriam estar na sala de aula estão em suas casas ou nas ruas porque muitos professores que deveriam estar lidando com o desafio de construir e de ensinar uma nova realidade estão nas ruas sendo tratados como bandidos, correndo por melhores condições de trabalho, lutando, discutindo e buscando essas condições. Os professores da capital do meu estado estão em greve, os educadores da rede estadual estiveram em greve por meses. Isso é uma realidade em vários estados e municípios. Denota uma falta de prioridade de um país em que o professor não é respeitado”, afirmou.
A parlamentar lembrou ainda que há vários estudos que mostram que a qualidade da educação básica brasileira deixa a desejar. “Há vários números negativos em relação aos índices de educação, o péssimo resultado do ensino médio, jovens que terminam sem saber os conhecimentos básicos de português e matemática. Poucos adquirem os conhecimentos necessários”.
A deputada Dorinha reiterou seu posicionamento de que a educação pública brasileira só terá um salto de qualidade se o poder público partir da valorização docente e que acredita profundamente no papel do educador. “Nosso país precisa fazer a sua diferença e isso só acontecerá de verdade quando tivermos uma realidade diferente, com tratamento diferenciado, de mais respeito em relação à pessoa do professor. Como filha de uma professora, dona Consuelo, que começou a trabalhar muito cedo a trabalhar e se aposentou numa escola, lidei com a educação a minha vida inteira, trabalhei com alfabetização, formação de professores, na universidade, fui secretária de educação e até tive que brigar aqui nessa casa para manter o meu nome de Professora Dorinha, pois não queriam permitir que no painel constasse esse nome. E não fiz por acaso. Fiz porque sou professora e acredito no trabalho do educador, do trabalhador que faz a merenda na escola, da pessoa que recebe esse aluno, de todos que atuam para que a escola funcione bem. E eu só acredito que esse país vai ter jeito se a gente fizer a diferença na escola, na educação, com boa formação para os professores, a valorização e o espaço para que ele possa fazer a sua pesquisa e preparar a sua aula. Que sejam avaliados sim, mas que tenham condição com dignidade de trabalho, sem precisar trabalhar em três escolas diferentes para garantir a sua sobrevivência”.
Ela lembrou ainda que participou, na última sexta-feira da inauguração de uma escola num assentamento do município de Pequizeiro, que fica a 244 km de Palmas. “Os pais brilhavam os olhos, pois sabiam que naquela escola havia uma chance de seus filhos terem uma realidade melhor que a que eles tiveram, e quem faz isso são os professores”, disse.