Um show de cores, artes, sons e cultura tomou conta da solenidade de abertura da 1ª edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), que foi realizada na Vila dos Jogos, em Palmas, nessa sexta-feira, 23. A cerimônia contou com a presença de aproximadamente cinco mil convidados, dentre eles, a Presidenta da República, Dilma Rousseff, o governador do Tocantins, Marcelo Miranda, a vice-governadora Claudia Lelis e representantes das embaixadas dos países participantes, indígenas, artistas e autoridades nacionais e locais.
O discurso de abertura da solenidade foi feito pelo Articulador Internacional dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, Marcos Terena. Em sua fala, o líder indígena fez a abertura oficial do evento. “Nós, os índios, estamos alegres por estar aqui neste lugar. Gostaria de ressaltar o nosso estilo de união e coletividade para fazer a abertura oficial desse evento. Por isso, declaramos de coração, a abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas”, disse.
A abertura tradicional indígena foi realizada durante o pôr do sol da última quinta-feira, 22. Ocasião, onde foi realizada o ritual do Fogo Sagrado. Na abertura oficial, ocorrida nesta sexta, 23, houve, além de rituais sagrados e artísticos, o acendimento da Pira da 1ª Edição dos JMPI, que ficará acesa até o dia 31 de outubro, quando será realizada a cerimônia de encerramento do evento.
O governador Marcelo Miranda destacou a importância do evento para o Estado e ressaltou a necessidade da promoção da cultura indígena. “Os motivos que nos unirão durante esses dez dias dos Jogos Mundiais Indígenas nos enchem de orgulho. Não somente pelo fato de o Tocantins ser o primeiro Estado a realizar esse evento, de tão grande valor para as raízes do povo brasileiro, mas, especialmente, pela oportunidade de estreitar laços, de conviver, de aprender um pouco do esporte, dos costumes e das culturas das etnias participantes”, concluiu.
Etnias e Modalidades
Segundo o Ministério do Esporte, 23 países estão inscritos para participar dos JMPI, além do Brasil. Ao todo, 1.800 atletas indígenas, sendo 1.100 de 24 etnias brasileiras e 700 de etnias internacionais, vão participar das competições de Arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem, corrida com tora, corrida de resistência (10km), corrida de velocidade (100m), futebol, lutas corporais, natação e canoagem, além de esportes e jogos tradicionais específicos de cada etnia (demonstrativos).
A entrada para assistir aos Jogos é gratuita. A organização do evento espera receber uma média de 30 mil visitantes por dia.
Os Jogos
Os Jogos dos Povos Indígenas promovem a celebração de uma Olimpíada Verde, focada no binômio homem/natureza, e a integração internacional indígena. Organizados pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC) e idealizados como uma iniciativa indígena, os Jogos têm o apoio do Ministério do Esporte, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Governo do Tocantins e prefeitura de Palmas.
Os JMPI teveram sua criação aprovada nos Jogos Nacionais Indígenas de Cuiabá, em 2013 e possui como lema O importante não é competir, e sim, celebrar.
Compromissos
O Governo do Tocantins, em total comprometimento com a realização dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, entregou todos os acordos assumidos na Matriz de Responsabilidade dos Jogos com a prefeitura de Palmas, o ITC e o Ministério do Esporte. O Governo ainda foi além, implementando outras ações fora dos compromissos assumidos.
Dentre os compromissos, está a reforma do Estádio Nilton Santos. O local, que sediará algumas das competições dos JMPI tem capacidade para 8 mil torcedores e foi reformado pelo Governo do Estado, com um investimento de aproximadamente R$ 600 mil.