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Cultura

Foto: Divulgação

Um espaço dedicado à arte, cultura e aos negócios. A Feira Mundial do Artesanato Indígena vem atraindo a atenção e a participação de milhares de pessoas durante os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas. Desde sua abertura oficial, a feira recebeu mais de 41.800 visitações. A feira funciona de 10 às 21 horas até o final do mês.

O sucesso é tão grande que no sábado, primeiro dia de feira, o atendimento encerrou às 21 horas e mais de 300 pessoas ficaram do lado de fora, retornando no dia seguinte. Muitos expositores levaram suas mercadorias para comercializar com esse público no lado de fora do espaço dos Jogos. Em muitos momentos o credenciamento teve que ser interrompido, porque o limite de 2.500 pessoas no espaço havia sido atingido, conforme orientação do Corpo de Bombeiros. O controle de entrada e saída é feito eletronicamente.

“Já vendemos muito. Pessoal gosta muito”, contou o índio Aunú Kuikuro, da região do Xingu em Mato Grosso. As índias do Acre Edna Carlos Brandão, da etnia Shanenawa, e Dilvanir Justino, da etnia Apurinã, também comemoram o sucesso de vendas. “As pessoas gostam do nosso trabalho porque é diferenciado”, explicou Edna, ressaltando o apoio que recebe do Sebrae desde 2002 naquele estado.

Do Amazonas, o índio José Garcia, da etnia Koripako, já comemora as vendas e a oportunidade de participar da feira. "Recebemos apoio do Sebrae para estar aqui e graças a Deus estamos vendendo muito. No primeiro dia, vendi tudo. E hoje (domingo) busquei mais no aeroporto", onde mantém o seus estoque, contou ele.

Para apoiar os negócios que estão sendo realizados, a feira conta com estande do ITC – Comitê Intretribal, PNUD – Programa das Nações Unidas, Correios e até uma agência móvel bancária para permitir os visitantes sacar dinheiro e pagar as suas compras.

Espaços

O espaço com ar condicionado chama as pessoas para a praça da alimentação dentro da feira, onde se encontra lanches e bebidas. Cinco pequenos negócios atendidos pelo Sebrae Tocantins estão presentes e fazendo bons negócios. No espaço é comum a visita de estrangeiros que para facilitar contam com interprete bilíngue para auxiliar na comunicação.

Além da praça de alimentação, outros espaços da feira do artesanato se tornaram embaixada da integração dos índios. Na praça central dentro da feira, a todo momento grupos indígenas apresentam músicas e danças atraindo a presença e atenção dos visitantes.

O registro não fica só na memória. Os visitantes estão encantados com os indígenas caracterizados com pinturas corporais e adereços tradicionais das suas etnias e registram tudo em fotos que invadiram as redes sociais. Estimativas apontam que os registros fotográficos podem chegar a 500 mil somente nesses dois primeiros dias de feira, sem contar o trabalho das centenas de jornalistas nacionais e estrangeiros.

O Espaço Kaly está fazendo a alegria da criançada com brincadeiras, desenhos, pinturas  e muita diversão. E logo ao lado, o Espaço Warã  que simula tematicamente uma oca, no chão batido e redes, que leva os visitantes a uma experiência com o habitat indígena.

Negócios e cultura

Muito feliz e emocionado, o superintendente do Sebrae Tocantins Omar Hennemann destaca .“O sucesso da feira do artesanato é fruto da parceria de sucesso entre ITC liderado por Marcos Terena, PNUD e os índios que estão tendo a oportunidade de mostrar e vender aquilo que de mais belo produzem. Não me canso em dizer que sem índio não tem artesanato, e sem artesanato não tem feira. O Sebrae está radiante com a resposta do público e dos artesãos”, avaliou o superintendente.

Para a advogada Fernanda Farias, a Feira é o espaço que proporciona aos visitantes conhecer mais de perto a cultura indígena. “Foi a primeira vez que meu filho de 4 anos viu índios de verdade. Ele ficou encantado com as pinturas utilizadas por ele, não hesitei também me pintei e pintei ele”, contou a advogada.

O motorista Carlos Viana disse que além da beleza o espaço também é agradável, pois proporciona interação direta com os índios, onde pode ser visto em tempo real a construção de peças artesanais. “É impossível passar no espaço e não levar uma lembrancinha. O Sebrae foi muito feliz com a ideia de valorizar também o empreendedorismo indígena”, explicou Viana.

Nesta segunda-feira, o Espaço empresarial vai receber lojistas e empresários de diversas partes do país para participarem das primeiras rodadas de negócios, onde compradores e vendedores indígenas estarão frente a frente para negócios.