Vários estudantes na Universidade Federal do Tocantins (UFT) câmpus de Palmas, realizam manifestação em frente da instituição desde às 7 horas desta quinta-feira, 05. Rafael Amaral é estudante do curso de Engenharia Civil, um dos que está à frente da mobilização, e informou em entrevista ao Conexão Tocantins que os alunos protestam, principalmente, contra o atraso no calendário acadêmico. "Principalmente o calendário acadêmico pois nós encaminhamos uma proposta e a proposta nem sequer foi colocada em discussão", lamentou.
O atraso no calendário acadêmico é em decorrência da última greve que persistiu por quatro meses. Os estudantes levaram cartazes exigindo respeito, mais aulas e menos férias, entre outros. Por causa do movimento, provocou-se uma fila de carros na avenida que dá acesso a universidade. De acordo com estudantes, o reitor da UFT, Márcio da Silveira, tenta dialogar com os manifestantes.
Segundo Rafael, os portões foram trancados por um tempo, impedindo todos de entrarem na UFT. Rafael ainda informou outras reivindicações dos alunos. "A gente está colocando também a ausência de lanchonete há mais de sete meses no câmpus. A direção do Campus também está tirando internet de alguns blocos e colocando em outros sem consultar a comunidade acadêmica. Esses são os principais pontos que reivindicando hoje", informou.
Rafael Amaral disse ainda que não houve uma mobilização maior, não convidou todos os estudantes porque precisava ser surpresa. "A gente imaginou que se soltasse publicamente antes, poderia muita gente nem ir para a faculdade. Foi uma discussão interna com alguns grupos. A gente preferiu não soltar publicamente para não correr o risco de ter dispersão", disse.
Reitoria
O reitor da universidade, Márcio da Silveira, afirmou em entrevista ao Conexão Tocantins, que haverá nova reunião dia nove. "Os estudantes fizeram esse movimento e nós conseguimos convencê-los de que dia nove teremos uma nova reunião e aí vai ser repensado. O que a gente pede é a sensibilidade dos conselheiros para que a gente faça uma boa discussão na maior harmonia do mundo para que a gente consiga aprovar o calendário", afirmou.
Quanto a proposta dos estudantes o reitor disse que não foi aprovada pelos conselheiros, professores. "Eu não sei exatamente porque eu estou mais na posição de reitor e fico um pouco alheio a essa discussão até para deixar os conselheiros a vontade com suas decisões. Só sei que a proposta deles não passou! Os estudantes apoiaram os professores na greve e o maior prejuízo é para os estudantes. Agora eles (os estudantes) estão querendo sensibilidade para encurtar o calendário. Ao invés de começar dia 20, dia 19, começar no dia quatro que aí ganham mais de 15 dias", informou.
Lanchonete
Quanto a falta de lanchonete ha mais de sete meses no câmpus Palmas, Márcio da Silveira afirmou que foi realizada uma licitação mas disse que quem ganhou não queria administrar todas as cantinas do câmpus. "Quem ganhou a licitação só queria a cantina perto da biblioteca, não queria a que fica próxima aos blocos, então é um direito da pessoa quando ganha licitação de fazer a opção. Isso é permitido por lei. O que nós estamos fazendo: uma nova licitação para essa cantina. Agora licitação em serviço público federal, é algo de muita responsabilidade. Tem que ser muito bem feito e tenho que cumprir todos os tramites que a lei manda. Eu não posso abrir uma licitação amanhã e muito menos colocar qualquer uma aqui dentro da universidade", afirmou.
O reitor deu um prazo. "Algo que parece simples mas não é simples porque a lei é muito burocrática e não temos outra maneira a não ser cumpri-la. Espero que na virada do ano, dezembro ou janeiro eu já tenha uma nova lanchonete com um novo grupo servindo uma alimentação de qualidade com bom preço como tem que ser feito. Mas tudo depende inclusive se vai aparecer gente", disse.