Com a chegada do verão e a volta das fortes chuvas as enchentes voltam a ser uma grande preocupação também dos proprietários de automóveis, que podem ter que arcar com um prejuízo de danos parciais quando a água não chega a cobrir o painel, permitindo fazer uma higienização e reparos, ou até mesmo a perda total nas situações em que o motor é atingido e o orçamento para recuperação ultrapassa 75% do valor de indenização definido pela apólice de seguro.
Há muitas dúvidas sobre a cobertura para fenômenos da natureza. No caso de enchentes as seguradoras são, sim, obrigadas a oferecer cobertura, mesmo nos planos mais básicos, para o ocorrências em que o carro fica total ou parcialmente submerso em água doce. Mas para não perder a indenização, o proprietário deve observar certas regras e observar com cuidado as condições gerais do contrato com a seguradora.
“O motorista não pode agravar o risco. Por isso, jamais deve tentar atravessar a enchente. O correto é, se possível, colocar o carro em local seguro e aguardar que a água baixe”, recomenda Gutemberg Fragoso, CMO da empresa Compara Online, pioneira na venda online de seguros e produtos financeiros.
“Se o carro estiver estacionado, seja na rua ou na garagem, e for acometido por uma enchente ou até mesmo por uma árvore que caiu sobre o veículo durante a chuva, o seguro vai cobrir os danos. Dependendo do que indique o laudo, o sinistro pode até ser qualificado como perda total e ressarcido integralmente pela seguradora. No entanto, se no laudo ficar comprovado que o motorista expôs o veículo a um risco, ou seja, decidiu passar por uma rua que já estava alagada, o seguro não vai cobrir”, alerta Fragoso.
Segundo ele, não é necessária a contratação da cobertura compreensiva para que o seguro cubra danos causados por enchentes. Mesmo na cobertura básica, que compreende apenas colisão, incêndio e roubo, o segurado já tem direito a esse benefício desde que não se exponha ao risco. Para os casos em que o prejuízo não seja superior ao valor da franquia, algumas seguradoras oferecem a higienização do veículo.
“Vale ressaltar que o seguro para pessoas que moram em regiões com frequentes alagamentos é sempre mais caro. Por isso, é importante não omitir o endereço verdadeiro na hora de contratar para não correr o risco de não ser indenizado. E quem não tem seguro deve lembrar que a prefeitura não indeniza o prejuízo e o gasto com limpeza e reparos é alto”, conclui Gutemberg Fragoso.
Dicas para evitar maiores prejuízos com enchentes
- Não tente atravessar a área alagada. Além de ser arriscado, o proprietário ainda pode perder a cobertura do seguro.
- Se possível, evite regiões de risco de enchente e no caso de ser pego de surpresa procure uma região mais alta e segura para estacionar e esperar o escoamento.
- Caso a água comece a subir e entrar no automóvel desligue o motor, já que ele pode travar e será necessário fazer uma retífica. Isso evitará maiores estragos e os danos ficarão restritos ao estofamento e parte elétrica.
- Leia com atenção a apólice, o que está coberto e quais são as exigências para não perder a indenização. Mesmo os planos mais básicos são obrigados a oferecer cobertura contra enchentes.
- Responda o questionário para contratação da apólice corretamente. Se o proprietário informar que o carro fica sempre guardado em estacionamento e for atingido pela enchente quando estiver estacionado na rua a seguradora não irá pagar, assim como se informar o endereço residencial errado.