Movimentos sociais do Tocantins manifestam indignação contra a prisão de cinco militantes sociais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nessa terça-feira, 8, no Dia Internacional da Mulher. Segundo os movimentos, a ação da Polícia Militar foi truculenta e agressiva contra a manifestação de mulheres camponesas na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Palmas (Mapa).
A manifestação era realizada em defesa da natureza, contra a violência e o agronegócio. Os movimentos repudiam. "E exigem das autoridades e órgãos competentes respostas concretas frente ao acelerado aumento da brutal violência que atinge profundamente os camponeses e camponesas, sobretudo os Sem Terra e os movimentos sociais no Estado do Tocantins, ações que tendem a intensificar", em nota.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por sua vez, também encaminhou nota repudiando a invasão ao prédio da Superintendência Federal de Agricultura do Tocantins por militantes do MST. "O ato, que resultou em depredação do patrimônio público, merece condenação moral e responsabilização dos envolvidos. Tal comportamento desvirtua o conceito de protesto e traz prejuízos à própria população", segundo nota.
Confira notas encaminhadas à imprensa
Nota do Mapa na íntegra
Nota
Mapa repudia invasão à Superintendência de Agricultura do Tocantins
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento repudia veementemente o ato de invasão ao prédio da Superintendência Federal de Agricultura do Tocantins,nesta terça-feira (8), por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais SemTerra (MST).
O ato, que resultou em depredação do patrimônio público, merece condenação moral e responsabilização dos envolvidos. Tal comportamento desvirtua o conceito de protesto e traz prejuízos à própria população.
Confira nota dos Movimentos na íntegra
Nota de repúdio a ação da Polícia Militar do Estado do Tocantin contra militantes do MST
Os Movimentos Sociais do Estado do Tocantins, vem a público, manifestar total preocupação e indignação contra a prisão de 05 militantes sociais do MST, realizada por meio de uma ação truculenta e agressiva por parte da polícia militar do Estado do Tocantins, contra a manifestação das mulheres camponesas dos movimentos sociais do campo- MST, MAB, Cimi e CPT e Marcha Mundial de Mulheres que estavam fazendo uma manifestação junto a sede do MAPA-Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Palmas-TO, realizada no dia 08 de Março – Dia Internacional da Mulher “Em defesa da Natureza, Contra a Violência e o Agronegócio. Na ocasião a polícia Militar agiu de forma arbitrária prendendo imediatamente cinco militantes do MST e conduzindo até a sede da polícia Federal onde foram recebidos pelo delegado da polícia Federal que de forma insensível instaurou inquérito encaminhando o processo conforme orientação da policia Militar, enviando-os para o Presídio, CCPP-Casa de Custódia de Prisão de Palmas-TO.
Neste sentido os movimentos sociais repudiam e exigem das autoridades e órgãos competentes respostas concretas frente ao acelerado aumento da brutal violência que atinge profundamente os camponeses e camponesas, sobretudo os Sem Terra e os movimentos sociais no Estado do Tocantins, ações que tendem a intensificar.
Sabemos que a sanha criminosa do latifúndio e do agronegócio vem promovendo e tende a se agravar cada vez mais, juntos aos povos do campo, provocando uma verdadeira guerra.
Diante dessa situação, exigimos que os órgãos responsáveis pela segurança do/no Estado do Tocantins realizem ações constitucionais em favor da segurança públicas que a nosso ver se encontra esquecida. Entretanto o governo Federal e o governo Estadual procuram se empenhar em incentivar a exploração e expansão do agronegócio, em detrimento da agricultura camponesa.
Acreditamos que o Estado, deve sim, adotar outro caminho que não seja o de criminalizar, prender e matar os movimentos sociais e seus militantes.
Na certeza de que a violência das armas não intimidará a promoção da Paz no Campo e na cidade, a qual tanto almejamos, reafirmamos, como movimentos sociais do campo e da cidade, a missão e compromisso de continuar lutando para que no campo prevaleça a paz, jusitça e produção.
Assinam está nota os seguintes movimentos:
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento Estadual de Direitos Humanos – MEDH
Centro de Diretos Humanos de Palmas - CDHP
Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas – COEQTO
Movimento Nacional de Luta pela Moradia – MNLM
União Nacional dos Estudantes – UNE
Confederação Nacional Das Associações de Moradores - CONAM
Federação das Associações Comunitárias e de Moradores do Tocantins – Facomto
Alternativas para pequena agricultura no Tocantins – APA-TO
Central Única dos Trabalhadores- CUT
Escola Família Agrícola de porto Nacional- EFA
Coletivo Nacional de Juventude Negra-Enegrecer
Curso de Educação do Campo da UFT-LEDOC, Campus de Tocantinópolis-TO
Núcleo de Estudos Urbanos e Agrários da UFT- NURBA, Campus de Porto, Nacional-TO
Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil