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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Ontem foi celebrado o Dia Mundial da Água e o senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO) alertou para o índice alarmante de desperdício de água no Brasil. 37% de toda a água coletada e tratada no País são perdidos por conta de vazamentos, ligações clandestinas ou medições incorretas no consumo. Ataídes também denunciou a negligência governamental com a eficiência e manutenção dos sistemas de distribuição de água, além da péssima gestão dos recursos hídricos do País e da falta de firmeza na proteção das nascentes e cobrança de multas ambientais. 

“A água desperdiçada no Brasil seria suficiente para encher seis Cantareiras por ano”, acrescentou o senador, citando o exemplo do reservatório que abastece São Paulo. No discurso de abertura da reunião da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle, da qual é vice-presidente, Ataídes observou, ainda, que o prejuízo financeiro com o desperdício de água chega a R$ 8 bilhões, segundo dados do Instituto Trata Brasil.

Para o senador, falta conscientização ambiental por parte da população e das empresas. O consumo per capita de água no Brasil é de 165 litros por dia, bem acima dos 110 litros/dia que seriam necessários para atender às necessidades básicas das pessoas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Poluição e desmatamento

Mais grave, na opinião de Ataídes, é a falta de compromisso do governo com políticas de combate ao desmatamento e à poluição ambiental. “São rotineiras as imagens de rios poluídos por esgotos domésticos, resíduos hospitalares, agrotóxicos, efluentes industriais. O desmatamento, outro problema grave, intensifica os processos de erosão e assoreamento de rios e lagos. Infelizmente, a regra geral é o não pagamento de multas ambientais. Entre 2009 e 2013, foram quitadas menos de 2% das multas aplicadas pelo Ibama”, lamentou.

Ataídes chamou a atenção para o fato de que 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a serviços básicos de abastecimento de água e lembrou que a meta oficial é universalizar o acesso até 2023. Ele não acredita, no entanto, que a promessa será cumprida: “Como tudo nesse governo, o que se diz não se cumpre. É pura retórica. Estudos da CNI indicam que, a continuar no ritmo atual, a universalização vai atrasar pelo menos 20 anos.”