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Saúde

Foto: Divulgação

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Nesta última quinta-feira, 31 de março, foi divulgado um estudo científico que revelou a estrutura do vírus zika. Este avanço, realizado por pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, é considerado crucial para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas contra a doença.

O estudo publicado pela revista Science conclui que a estrutura do zika é muito semelhante à de outros flavivírus. Esta é a família de vírus que inclui a dengue, a febre-amarela e a febre do Vale do Nilo. Apesar das semelhanças, em particular com a dengue, o zika parece ter uma estrutura ligeiramente diferente em uma área que, na dengue, facilita a ligação aos anticorpos e aos receptores do hospedeiro.

Para o autor da pesquisa, Richard Kuhn, as regiões do zika únicas e específicas do vírus têm o potencial de explicar diferenças na forma como ele é transmitido e como se manifesta enquanto doença. “A estrutura do vírus fornece um mapa que mostra potenciais regiões do vírus que poderão ser alvo de um eventual tratamento, usadas para criar vacinas eficazes ou para melhorar a nossa capacidade de diagnosticar e distinguir a infeção por zika de outros vírus relacionados”, disse Kuhn, que é também diretor do departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Purdue.

Infecção em fetos

“A maioria dos vírus não invade o sistema nervoso ou o feto em desenvolvimento graças a barreiras sangue-cérebro e à placenta, mas a associação com malformações no desenvolvimento do cérebro de fetos em grávidas infetadas com o zika sugere que este vírus o faz”, disse Devika Sirohi, que participou na pesquisa.

Reconhecendo que “não é claro como é que o zika consegue atingir estas células e infetá-las”, Sihori explicou que as diferenças encontradas na estrutura do vírus “podem ser cruciais e justificam mais investigação”.

Estudos anteriores

Kuhn e Rossmann estudam os flavivírus, família a que pertence o zika, há mais de 14 anos. Eles foram os primeiros a mapear a estrutura de um desses vírus, ao determinar a estrutura da dengue em 2002. Em 2003, também foram os primeiros a determinar a estrutura do vírus da febre do Vale do Nilo e são agora os primeiros a fazê-lo com o zika.