Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Educação

Foto: Divulgação Facebook Patrícia Lélis chamou a professora de Patrícia Lélis chamou a professora de "mulherzinha" e mandou "pentear os cabelos"
  • Postagem da jornalista Patrícia Lélis

Uma “palestra sobre juventude” no colégio particular, Objetivo, em Gurupi resultou em polêmica na última sexta-feira, 6. A educadora tocantinense Natália Pimenta, 30 anos de idade, trocou farpas com a jornalista convidada para ministrar o debate, Patrícia Lélis. Segundo Natália, a jornalista Patrícia começou com um discurso de repúdio ao feminismo. "Falou sobre estética, shortinho, que era contra as meninas usarem shortinhos e falou sobre isso, falou sobre homossexualidade e começou a falar sobre ideologia de gênero, que ela era contra, tal”, afirmou em vídeo divulgado na internet.

Patrícia Lélis teria sido convidada junto com o namorado, que é filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), para ministrar a palestra, no entanto, segundo explicações de Natália, apenas Patrícia compareceu. Em vídeo, a educadora Natália explica tudo o que aconteceu no “debate”. Natália é tia de uma estudante no colégio e foi para a palestra no sentido de acompanhar a sobrinha (de 16 anos de idade). Após afirmações da palestrante, Natália disse que os alunos “começaram a se pronunciar quando ela (a jornalista Patrícia) falou sobre shortinho e feminismo. As meninas que estavam lá quiseram falar e não deixaram e as que quiseram falar, cortaram. Ela foi super arrogante na resposta”, disse.

Ainda de acordo com Natália, quando pediu o microfone para posicionar-se não lhe deram. “Eu acho que eles achavam que eu era aluna aí no começo não me deram o microfone e eu pedi de novo e eu falei: eu sou responsável por uma estudante, sou tia de uma estudante daqui da escola. Me passaram o microfone!”, afirmou.

Natália disse que chamou Patrícia de preconceituosa e machista. “Eu realmente falei para ela: você é preconceituosa, você é machista e não parei de falar isso! Aí enquanto ela falava, ela citou para mim, ela já tinha citado esse Jean Willys (deputado) várias vezes. Ela virou para mim e falou assim: E por causa de mães como vocês que existem vários merdas igual o Jean Wyllys por aí”, informou.

No outro dia, Natália disse que a sua sobrinha, muito nervosa, relatou estar recebendo mensagens de constrangimento. “Recebendo mensagens da própria Patrícia mandando mensagens para ela, constrangendo no grupo da escola e mandando mensagens no privado”, disse e ainda afirmando: “Dei água para ela para ela se acalmar, estava chorando. Eu já estava nervosa também, sentei, peguei seu celular, fui ler tudo, eu li tudo. Fui ler a mensagem que um professor (não informa o nome) mandou para ela, coisas assim que estou até agora, estarrecida, não estou acreditando. Para mim é até triste falar isso! ”, afirmou. Natália disse também que recebeu mensagens desse professor no privado dizendo que ela foi para a escola apenas para “causa”. “Falei para ele: para de me mandar mensagens e de recuar minha sobrinha”, disse em vídeo explicativo.

Jornalista rebate

No Facebook, a jornalista Patrícia Lélis, publicou "desabafo". "Ontem no colégio Objetivo aqui em Gurupi-TO, uma "linda" feminazi que se diz educadora disse ser a favor da ideologia de gênero e quando coloquei a minha opinião na falta de argumentação, a mesma me chamou de machista! Esquerdinhas, quando acabar o argumento de vocês não precisa chamar as pessoas de machistas, opressoras, homofóbicas... Estudem mais!", afirmou em post. 

Patrícia chamou a professora de "mulherzinha" e mandou "pentear os cabelos". Aos pais que deixam essa mulherzinha educar o seu filho, meu conselho é: cuidado com a educação de merda! Obs: A tal mulher ainda é bem feinha, ao invés de ficar procurando "treta" vá pentear esses cabelos!", concluiu em sua postagem. 

Patrícia também divulgou vídeo explicando o que aconteceu e, segundo ela, "uma professora machista, fascista e mais outras palavras aí que não vale nem a pena colocar e isso tudo porque eu fui convidada pelo professor Helio Buenaga para estar aqui no Colégio Objetivo, de Gurupi, Tocantins, para falar um pouco mais com os jovens. Uma senhora que se diz educadora, que estava no evento, colocou que eu era tudo isso porque sou contra ideologia de gênero. Minha senhora, realmente sou contra ideologia de gênero, porque homem nasce homem e mulher nasce mulher. Homem nasce com pênis e mulher nasce com vagina. É muito simples de entender, qualquer coisa posso estar desenhando para você!", afirmou. 

Patrícia ainda disse: "Se a senhora achou ruim, ainda estou aqui na cidade: venha conversar comigo! O que eu coloquei que enquanto eu e outras pessoas estiver trabalhando contra tudo que é errado, contra tudo, absolutamente tudo que o PT (Partido dos Trabalhadores) e outros partidinhos de esquerda tentam implementar, nosso trabalho vai estar sendo bem feito. Enquanto a gente estiver aqui, não vai ter ideologia de gênero", disse. 

Natália respondeu as críticas da jornalista, em vídeo. "Na palestra ela se falou que era inteligente, que ela tinha maturidade, que ela tinha conhecimento. Na postagem dela ela me chama de esquerdinha, de não sei o que, de professora de merda, educadora de merda, fala do meu cabelo e sobre minha estética... enfim, racista!", frisou. 

Natália informa que pediu a escola a divulgação do vídeo mostrando tudo o que aconteceu na “palestra”."Vou pedir retratação, não vou ficar calada!", informou Natália. 

O Conexão Tocantins solicitou e aguarda posicionamento do Colégio Objetivo, em Gurupi. (Matéria atualizada às 15h23min)