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Polí­tica

Foto: Divulgação

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Cópias dos processos de liberação de diárias e de emissão de passagens aéreas pelos diversos órgãos da Prefeitura de Palmas de 2013 a 2016, estão sendo solicitadas pelo vereador Milton Neris (PP). A intenção do parlamentar é analisar se as excessivas viagens para fins particulares realizadas pelo prefeito Carlos Amastha (PSB) ao longo deste período foram custeadas pelo poder público, uma questão que suscita dúvidas entre a população. "Qual o interesse que o povo de Palmas teve durante o ano de 2013 em que o prefeito se ausentou 57 dias? Qual o interesse que o povo de Palmas teve no ano de 2014 que provavelmente não foi diferente de 2013, o tempo em que o prefeito se ausentou? Qual o interesse que o povo de Palmas tem no ano de 2015 que também não foi diferente e qual o interesse que Palmas está tendo em 2016 que recentemente todos sabem que o prefeito estava fazendo turismo numa cidade do Caribe?", questionou. 

Na tribuna da Câmara, Milton Neris afirmou que pretende responder de vez a esta dúvida. Nesse sentido, enviará oficio solicitando as informações sobre as diárias e passagens aéreas liberadas para o prefeito, bem a equipe de secretários, diretores e coordenadores da gestão. A solicitação será feita à Prefeitura de Palmas mas o vereador, caso não receba resposta no prazo de 20 dias, recorrerá ao Ministério Público para obter o relatório. 

Milton Neris acredita que o custo com passagens aéreas e diárias “deve ser estrondoso”. Só do Fundo de Aperfeiçoamento dos Servidores, citou o vereador, mais de R$ 1 milhão foram aplicados em compra de passagens aéreas. "Quando viaja um servidor para fora do País é pago em dólar, então isso não está saindo barato. Uma cidade que está faltando dinheiro para comprar merenda escolar para nossas crianças, os diretores estão comprando fiado no comércio porque não recebeu o dinheiro do repasse do município mas dinheiro para passagens aéreas está tendo", criticou. 

Contradição

Enquanto sobra dinheiro para viagens, os vereadores da oposição estranham a falta de recursos para as ações básicas do município. Lúcio Campelo (PR) comentou sobre uma situação constrangedora ocorrida na Unidade de Pronto Atendimento Norte.

De acordo com o vereador, a diretora do estabelecimento colocou um aviso no mural informando aos funcionários da manutenção contratados que estes só podem fazer as refeições depois que todos os servidores concursados alimentares.  Isso por conta da insuficiência de alimentos para atender a todos, por conta de irregularidades na transferência de dinheiro para estes fins.

Para Júnior Geo (PROS), o aviso resultou em um ato preconceituoso embora não intencional por parte da diretora pressionada pela má gestão dos recursos públicos. “Acredito que não houve má fé por parte da pessoa responsável”, disse.

Milhões para fotos

Outra contradição apontada por  Lúcio Campelo é um contrato, no valor de R$ 13 milhões, para a produção de fotos da cidade para georreferenciamento, enquanto falta recursos para a merenda escolar e para compra de medicamentos básicos como a dipirona.  “ E a educação da forma que estamos vendo, a saúde como estamos vendo”, questionou o parlamentar.

Já o vereador Júnior Geo apontou a contradição da  terceirização do serviço de fisioterapia para atender ao município uma vez que existem 10 fisioterapeutas concursados  aguardando nomeação.

Conforme o parlamentar, a empresa Fisiocorp, que mantém contrato com a prefeitura,  tem 15 fisioterapeutas, o que indica que a gestão precisa dos profissionais mas prefere contratar a empresa ao invés de dar posse aos fisioterapeutas do cadastro de reserva.

Na opinião de Júnior Geo, a prática constitui-se numa tática da prefeitura para “burlar a legislação vigente” que obriga a nomeação de pessoas aprovadas nos cadastros de reserva dos concursos públicos.