Povos indígenas da região sul do Estado estão em Palmas, nesta quarta-feira, 6, participando do encontro “Diálogo e Perspectivas para os Povos Indígenas do Tocantins”, realizado pela Secretaria de Estado da Cidadania de Justiça (Seciju), via Gerência de Proteção de Povos Indígenas, juntamente com a Secretaria de Educação, Juventude e Esportes (Seduc) e a Superintendência de Desenvolvimento da Cultura, com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Distrito Sanitário de Saúde Indígena (Dsei).
No encontro, estão sendo discutidas políticas públicas para os povos indígenas em várias áreas, com vista a oportunizar melhores condições de vida e garantias, livrando-os de situações que os preocupam, como alguns casos de suicídios e o uso de álcool, tendo como solução amenizadora a oferta de mais atividades culturais e esportivas nas rotinas dos índios, em especial os mais jovens.
O Estado do Tocantins tem uma população indígena estimada em 13 mil índios (IBGE). Ricos em cultura e com um longo histórico de luta pela sobrevivência, eles mantêm rituais e festas com uma forte ligação com o seu passado. Por isso que manter a cultura e incentivar a educação é tão importante para esses povos.
Um exemplo é que no Tocantins, o Governo do Estado qualifica professores das escolas nas aldeias, visando ensinar crianças e jovens a escrever e ler na própria língua, possibilitando o resgate da historia oral dos povos e, é claro, a valorização de suas tradições.
Proteção
A titular da Seciju, Gleidy Braga, explica que o encontro tem a finalidade de articular a integração entre os órgãos públicos estaduais e federais, que tem a função de elaborar e promover políticas públicas para os povos indígenas, juntamente com suas lideranças. “Esperamos e tivemos a participação ativa das lideranças indígenas e dos órgãos que atuam para promover e proteger esses povos”, ressaltou.
A gerente Proteção de Povos Indígenas da Seciju, Eliete Xerente, conta que o encontro reuniu sete povos indígenas sendo eles: Krahô-Canela, Javaé, Karajá, Avá-Canoeiros, Krahô, Canela e Xerente. “O objetivo do nosso encontro é manter o diálogo entre os sete povos indígenas do Tocantins junto com o governo. Esse é um espaço para as lideranças indígenas trazerem suas demandas para apresentar aos órgãos estaduais, o que certamente faremos”, destacou.
Conselho
Membro do Conselho Nacional de Cultura, Joana Munduruku, fez um retrospecto durante a manhã sobre as políticas públicas para os povos indígenas do Tocantins e destacou a necessidade de criar o Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Estado, um dos motivos que levaram à realização do encontro. “A importância de criar esse conselho é que ele trabalhará junto com as organizações indígenas demandas necessárias para a melhoria da qualidade de vida, bem como conservação e garantia dos direitos dos povos indígenas tocantinenses”, argumentou.
O vice-presidente da Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins, Natanael Karajá, avaliou o encontro como um espaço de articulação e fortalecimento político e falou que a expectativa do povo indígena com esse encontro é poder participar ativamente da formulação das políticas públicas voltadas para os indígenas tocantinenses.
Transversalidade
As políticas públicas voltadas para os povos indígenas são articuladas e promovidas pelo Governo do Tocantins de forma transversal envolvendo os indígenas e também diversas pastas estaduais, a exemplo das secretarias da Cidadania e Justiça (Seciju), da Educação (Seduc), da Saúde (Sesau), do Trabalho e Assistência Social (Setas) e Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Meio Ambiente e Recursos, entre outras.
Conferência
Nesse encontro, serão escolhidos 50 índios, chamados de delegados, que somados a outros 50 que serão escolhidos no encontro de povos indígenas da região Norte do Tocantins, que acontecerá em agosto, em Araguaína, participarão da Conferência Estadual dos Povos Indígenas, que acontecerá em setembro, na Capital.
Essa conferência tem como objetivo principal a criação do Conselho Estadual dos Povos Indígenas do Tocantins e posteriormente a isso criar o Plano Estadual de Políticas Indigenistas do Estado do Tocantins. “Essas construções conjuntas requerem organização, pois será o plano que direcionará as políticas públicas, bem como as captações de recursos e suas devidas aplicações e fiscalizações”, lembra a diretora de Direitos Humanos, Maria Vanir Ilídio.