O Rio Araguaia é a principal atração turística de Goiás em julho. Nesta época de férias, a água fica em um nível mais baixo e permite a formação de acampamentos, reunindo turistas de todo País. Apesar de ser lembrado principalmente pela opção de lazer, o advogado agroambiental Marcelo Feitosa faz um alerta: “O Rio não é mais o mesmo. O cenário atual é muito diferente do manancial de 40 ou 50 anos atrás e carece de medidas pontuais de preservação”.
Segundo Feitosa, o Araguaia sofreu profundas degradações nos últimos anos em razão de interferências ocasionadas pelo homem e pela omissão estatal frente aos recursos naturais de sua bacia. “O Rio não recebe a importância devida do Poder Público, já que prefere deixá-lo como alvo de propaganda governamental para julho, temporada de férias. Para o governo, parece haver vida ali apenas no mês de maior aglomeração de turistas”, afirma.
O advogado destaca que diversos problemas ambientais podem ser diagnosticados ao longo do Araguaia, desde a clássica destruição das áreas de preservação permanente até o uso indiscriminado de pivôs de irrigação que captam irregularmente as águas do Rio. Para ele, Goiás tem uma das legislações ambientais mais modernas do Brasil, que, por si só, é capaz de prevenir e preservar fortemente a bacia, mas lamenta sobre a ausência de fiscalização ambiental.
Feitosa acrescenta que um bom programa de educação ambiental, juntamente com o Estado mais próximo ao produtor rural, ajudaria a aniquilar os principais problemas. “Apenas a conjugação de esforços da sociedade e do Poder Público poderá ajudar a recuperação da qualidade ambiental deste manancial, que é vitrine para a humanidade. A efetividade e a aplicabilidade da legislação ambiental devem ser salvaguardas para conter a sensação de impunidade ecológica. O Rio Araguaia merece vida”, conclui o advogado.