Começam na próxima quarta-feira, 24, as capacitações oferecidas pela Secretaria do Estado da Saúde a servidores das 139 secretarias municipais de saúde, para alimentação do Sistema de Registro de Atendimento às Crianças com Microcefalia (Siram). A capacitação é organizada pela Diretoria de Atenção Primária do Estado e acontece no prédio do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde, em Palmas.
Participam da capacitação digitadores e enfermeiros que atuam nos serviços de Atenção Básica de seus municípios. As capacitações serão realizadas com os representantes de municípios organizados por regiões de saúde e seguem até o dia 2 de setembro.
O Siram é o sistema desenvolvido pelo Ministério da Saúde para registrar o acompanhamento de saúde das crianças suspeitas de microcefalia e aquelas com diagnóstico conclusivo para microcefalia e auxiliam as investigações epidemiológicas e do acompanhamento em saúde das crianças com quadro suspeito ou com diagnóstico confirmado de microcefalia. A expectativa é que após as capacitações todos os municípios já tenham concluído a implantação do Siram e iniciem a alimentação do referido sistema.
Sistema
O sistema é alimentado com dados das consultas e acompanhamento recebidos, assim como os serviços que prestaram atendimento àquela criança. Entre as informações fornecidas ao sistema estão informações do atendimento clínico, perímetro encefálico após nascimento, peso, resultados de exames realizados, diagnóstico, histórico de triagem neonatal, reflexos, entre outras informações. “O sistema é alimentado com as informações relativas ao crescimento e desenvolvimento da criança acompanhada e registra para quais serviços de saúde ou de assistência social aquela criança passou ou foi encaminhada”, explica a diretora de Atenção Primária à Saúde do Estado, Gilian Cristina Barbosa.
Bebês acompanhados
Segundo a diretora, as crianças com quadro suspeito de microcefalia estão recebendo diagnóstico através de avaliação médica ou através de exames de tomografia computadorizada nas unidades de saúde de referência e no ambulatório de neurologia do Hospital Geral de Palmas (HGP). Após o diagnóstico, elas passam a receber acompanhamento nos Centros Especializados de Reabilitação (CER) do Estado e serviços médicos referenciados, como o HGP, por exemplo.
Ainda de acordo com Gillian, o Ministério da Saúde é o responsável pela gestão do sistema e acompanhamento das crianças ali registradas. “Enquanto gestores estaduais, nós também temos acesso às informações para acompanharmos como estão as crianças aqui do Estado”, completa a diretora.
Até o último dia 15 de agosto deste ano, 181 crianças haviam sido notificadas no Tocantins com quadro suspeitas de microcefalia, 90 deles tiveram diagnóstico descartado para microcefalia, 74 estão sob investigação e oito tiveram diagnóstico confirmado para microcefalia através de alteração típica registrada em exame de imagem e três confirmados como sugestivos de infecção congênita provocada por sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus ou herpes. Nenhum dos casos confirmados tiveram relação confirmada de casualidade por infecção pelo vírus Zika.