A partir dessa terça-feira (13) até o dia 16 de setembro ocorrerá, na Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus de Palmas, a exposição “Mundos no Mundo” do poeta e artista plástico Paulo Aires. As peças que serão expostas foram elaboradas manualmente, com fatias de madeira recolhidas em marcenarias, terrenos baldios, na rua e no cerrado, produzidas entre os meses de maio e setembro de 2016.
Para o autor, a linguagem de cada peça está na sua singularidade. “Há exemplares que se distinguem pela valorização da forma e da cor da madeira. Espontaneidade e intuição constituem a tônica de cada peça. A multiplicidade de cores e a sincronia entre os nacos de madeira são elementos levados em consideração na tessitura das peças", afirma o artista plástico.
A exposição “Mundos no mundo” tem inspiração inicial nas canções "Livros", de Caetano Veloso; e "Guardanapos de papel", de Leo Masliah e Milton Nascimento, e é uma homenagem à personalidades e artistas que Aires admira, como Oscar Niemeyer, Margarida Alves, Josué de Castro, dentre outros.
Por meio da arte, Paulo Aires propõe uma reflexão crítica sobre a relação do ser humano com a natureza. "O ofício da arte para mitigar a agenda dos meus desatinos, dos meus fantasmas e estar em comunhão com o outro - neste tempo em que o humano se distancia de valores coletivos, como a solidariedade, antídoto ao individualismo mesquinho e estéril", diz ele. "A arte é um labirinto que se abre ao fascínio da vida e pela vida", reforça o poeta.
Além dessa reflexão, a exposição marca para Paulo Aires, que também é servidor da UFT, o reencontro com o cerrado, onde nasceu e foi criado – onde vive.
Sandra Rodrigues, diretora de cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), fala sobre a exposição: "É um trabalho de composição poética, que usa a combinação de cores, da madeira e do cipó, de forma diferenciada para construir frases visuais. A partir das suas composições cada um tem um entendimento muito pessoal", afirma. A exposição é coordenada por Sandra Rodrigues e Jaqueline Fabbrin.
