Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Opinião

Fabiana Pacheco é professora da Rede Estadual de Ensino

Fabiana Pacheco é professora da Rede Estadual de Ensino Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Fabiana Pacheco é professora da Rede Estadual de Ensino Fabiana Pacheco é professora da Rede Estadual de Ensino

Choque. Vergonha. Indignação. Humilhação. São algumas palavras que descrevem o estado emocional em que me encontro após a visualização da cena estarrecedora dos estudantes da cidade de Miracema no Tocantins que ocuparam pacificamente o Centro de Ensino Médio Dona Filomena Moreira de Paula, manifestando contra à PEC 241 e a MP 746 Reforma do Ensino Médio.

Policiais a pedido de um procurador do Ministério Público Estadual levaram os estudantes algemados para a delegacia da cidade. Tal atitude é ultrajante, vergonhosa e arbitrária. Nem marginais devem ser algemados, são apenas quando oferecem resistência à prisão.

Fico pensando O porquê? A real necessidade? O que fazer? E aí surgem as reflexões: Cada um de nós algemou aqueles estudantes por não se manifestar diante destas arbitrariedades. Cada pessoa que não analisa as informações e defendem que o “estado” deva ser opressor, algemou os estudantes. Cada vez que aceitamos que os órgãos públicos suplantem nossos direitos, será a mão que algemou os estudantes. Cada voto dado em troca de favores, sem consciência ética são as algemas que prenderam aqueles jovens. Cada ato de corrupção são as algemas que prenderam os jovens. Cada ato de covardia que fere a livre manifestação estudantil são aquelas algemas.

Toda ordem tirana e cega algemou não só aqueles jovens estudantes como todo sonho de liberdade.

Aos nossos representantes – presidente, governadores, ministros, deputados, senadores promotores, juízes que criam e aplicam as normas sem refletir nos impactos na sociedade, principalmente nas camadas populares, não são apenas aquelas algemas que prenderam os estudantes tocantinenses, são violadores de direitos, são os que matam, que roubam a possibilidade de liberdade e justiça social.

E o povo, cada vez que silenciar diante destas aberrações será igualmente responsável por estes fracassos sociais.

*Fabiana Pacheco Araújo – Professora da Rede Estadual de Ensino do Tocantins