O Seminário Regional sobre o Manejo Integrado e Adaptativo do Fogo (MIF) - Resultados do Projeto Cerrado-Jalapão teve início nessa terça-feira, 22, com abertura realizada pelo presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Herbert Brito Barros (Buti). O evento ocorre no câmpus da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Gurupi, até esta terça-feira, 23, com a participação de instituições nacionais e internacionais.
Na ocasião a secretária de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Meire Carreira, destacou os desafios da prevenção e do combate a incêndios no cerrado, tendo o MIF como ferramenta de redução dos impactos do fogo. Para a gestora os desafios vão além do combate e prevenção das queimadas. “É necessário haver equilíbrio das práticas do uso do fogo. O Projeto Cerrado-Jalapão é uma cooperação entre o Brasil e a Alemanha que busca ações de preservação do nosso ecossistema que é o cerrado”, salientou.
Michael Scholze, diretor do Projeto Cerrado-Jalapão, explicou sobre o interesse da Alemanha em investir recursos financeiros no Brasil. “O interesse é na proteção dos bens globais, na biodiversidade e no clima. Temos que mudar os paradigmas, os efeitos devem ser positivos, no sentido de saber aplicar a alta tecnologia, ao trabalho dos brigadistas que estão no combate do fogo no campo. Entre os benefícios está a redução dos conflitos sociais, que vem acontecendo depois da implantação do MIF”, considerou.
O presidente do Naturatins, Herbert Brito Barros (Buti), ressaltou “a união do governo alemão e brasileiro, a cooperação de parceiros institucionais, em especial a participação da comunidade local no processo de planejamento, monitoramento e decisão de ações de Manejo Integrado do Fogo são fundamentais para o sucesso do projeto cerrado-Jalapão”, destacou. O presidente enfatizou ainda, que o Seminário demonstra ações concretas para cumprir a nobre missão de gerir e disseminar experiências positivas com o fogo no cerrado.
Em sua palestra, Johann Georg Goldammer, representante da Global Fire Monitoring Center, enfocou o papel do Manejo Integrado do Fogo no desenvolvimento de ecossistema sustentável: Uma perspectiva global. O palestrante apresentou um histórico da aplicação das técnicas do fogo em países da Europa e também de índios brasileiros do Xingu.
Já o diretor de Gestão Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Rubens Brito, apresentou o trabalho desenvolvido pelo órgão ambiental. “A Semarh desenvolve atividades em nove municípios do Estado que tem maior incidência de queimadas. Dentre as ações está a contratação de 100 brigadistas que atuaram numa força- tarefa para a prevenção, controle e supressão do fogo. Outra ação foi a parceria com a ONG Anjos da Selva, com o objetivo de proteger as nascentes e áreas de veredas”, adiantou.
Pesquisa e Capacitação
Ainda durante a manhã foi inaugurado na área do câmpus da UFT de Gurupi, o Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo (CEMAF). O Centro tem como objetivo avançar por meio de pesquisa e desenvolvimento científico, o conhecimento sobre o fogo e a dinâmica dos incêndios florestais.
A construção do CEMAF, faz parte de parceria estabelecida entre a Semarh e a UFT de Gurupi. O Centro possui estrutura física que compreende uma área de cerca de 500 m². A implementação do Centro visa atuações nas áreas de Desenvolvimento (com laboratório experimental de análises químicas), Tecnologia (laboratório de análise de dados e imagens de satélite), além de Capacitação (com sala apropriada para reuniões, capacitações e treinamentos).
O vice-reitor da UFT, Luiz Eduardo Bovolato, disse que o Centro é resultado de uma parceria sólida e muito importante, já que projetos dessa natureza só podem ser desenvolvidos com a capacidade técnica, engajamento e a confiança, destacou.