O Tocantins possui cerca de 1.078 catadores de materiais recicláveis, quatro cooperativas, nove associações e dois grupos informais ligados ao tema. Desse universo de trabalhadores, a maioria, 74,5%, têm mais de 50 anos de idade e baixa escolaridade. Essas são algumas das informações levantadas na fase de diagnóstico do Projeto Lixo e Cidadania. O relatório completo foi entregue nessa quarta-feira, 7, e um perfil do catador do Tocantins foi apresentado a membros do Fórum Estadual Lixo e Cidadania e a técnicos da Secretaria do Trabalho e da Assistência Social (Setas), responsáveis pelo Projeto.
A empresa Plêiade Ambiental foi a responsável pelo diagnóstico e, segundo seu engenheiro ambiental, Carlos Danger, o relatório contempla aspectos socioeconômicos dos catadores de materiais recicláveis e questões ambientais referentes à coleta, transporte e disposição final de resíduos sólidos nas diferentes regiões administrativas do Estado. Carlos afirma ainda: “O trabalho foi minucioso e dará um ótimo subsídio para as outras etapas do projeto Lixo e Cidadania”.
De acordo com a diretora de Inclusão Produtiva da Setas, Mara Noleto, as próximas etapas do Projeto são capacitação dos catadores e incubação dos empreendimentos solidários, que consiste em uma assistência técnica a estes empreendimentos. “As atividades estão em andamento, só precisávamos dessas informações para concluir termos de referência e iniciar processos licitatórios. Estamos com grandes expectativas para os resultados práticos desse trabalho”, declarou a gestora.
O diagnóstico foi realizado com a aplicação de questionários em todas as regiões do Tocantins onde havia a perspectiva da presença de catadores. A empresa responsável pelo trabalho montou três equipes que viajaram o Estado entrevistando o público alvo. Segundo um dos catadores que fez parte das equipes entrevistadoras Marcos Aurélio Mendes o resultado da pesquisa é uma diretriz para todos os projetos que serão desenvolvidos na área daqui para frente. “O diagnóstico é revelador, mostra uma realidade que nem o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis sabe, agora precisamos dar visibilidade a isso”, disse.
Um pouco do relatório
O Tocantins possui cerca de 1.078 catadores de materiais recicláveis, quatro cooperativas, nove associações e dois grupos informais ligados ao tema. Desses trabalhadores, 130 estão em Palmas, 95 em Gurupi e 94 em Araguaína. Destes, 65% são homens, têm mais de 50 anos (74,5%) e baixo índice de escolaridade (74%).
O relatório expõe, ainda, que grande parte dos catadores começou recentemente na atividade de maneira espontânea e sem nenhum preparo. Além disto, cerca de 45% dos entrevistados têm a atividade como principal fonte de renda.
Com relação ao aspecto de saúde e segurança no trabalho, 44% dos catadores utiliza algum equipamento de proteção e 24,8% já foram vítimas de algum acidente, principalmente cortes e perfurações.
As principais demandas apontadas na pesquisa são por infraestrutura, assessoria técnica e equipamentos de trabalho como balanças, prensas e caminhões.
As informações do relatório são públicas e os interessados podem solicitá-las pelos telefones 3218 2237 e 32182460.