O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Tocantins (Sindcamto), José Aparecido do Nascimento, afirma que os constantes atos violentos contra motoristas de caminhões no Estado e no Brasil se devem à falta de segurança, que deveria ser de responsabilidade do Governo. Para o líder sindical, além das dificuldades econômicas, estradas precárias, logísticas ruins e falta de políticas públicas de apoio à classe, os caminhoneiros convivem ainda com assaltos e todo tipo de insegurança. “Não deveríamos ser tratados com tanto desprezo pelo poder público, pois somos um setor que transporta as riquezas deste País”, justificou.
Aparecido afirma que o transporte rodoviário é o principal meio de escoamento do Brasil, mas sobrevive à míngua, e o descaso estaria prejudicando o crescimento da economia. O dirigente diz que, devido ao alto índice de assaltos, roubos de cargas e até mesmo de caminhões, as seguradoras aumentam o valor da apólice, principalmente quando a carga é de eletroeletrônicos ou medicamentos, o que dificulta a adesão dos motoristas e das empresas ao serviço de seguro. “Além disso, o transportador sofre com a carga tributária e com o alto custo do diesel, produto que deveria ser subsidiado, para uma categoria que ajuda o progresso do País”, ressaltou.
O presidente comentou que a receptação de cargas roubadas e os demais crimes contra o transportador, exige leis mais rígidas. “Se os criminosos não tivessem pra quem vender, sem dúvida diminuiriam os roubos das cargas”. Aparecido lembra que já procurou os órgãos do Governo para solicitar melhor atenção quanto à situação dos caminhoneiros, mas segundo ele, não houve resultado positivo, “Tem aí um descaso que é do Tocantins e de todo o Brasil que precisa ser resolvido”, cobrou.
Aparecido afirmou que o sindicato tem alertado aos caminhoneiros para não viajar à noite, mas muitos não obedecem à recomendação porque querem agilizar a entrega da carga. Ele até compreende a necessidade de urgência, mas vê nessa atitude o risco iminente da perda da saúde e da própria vida do profissional. “Infelizmente, a margem de lucro é pouca, e em função disso muitos companheiros arriscam por não ter alternativa de melhorar o seu padrão de ganho. A necessidade obriga muitas vezes a uma longa jornada”, lamenta o representante sindical.