O Governo do Tocantins homologou na semana passada o resultado final do concurso público da Polícia Civil, com a divulgação da classificação e nota dos aprovados no Diário Oficial do Estado, de número 4.821. O anseio agora é pela nomeação, ainda sem data prevista.
Os aprovados no certame, com nomes homologados, são destinados ao provimento de vagas e formação de cadastro reserva para os cargos de Delegado de Polícia, Agente de Polícia, Escrivão de Polícia, Papiloscopista, Agente de Necrotomia, Médico Legista, e Perito Criminal.
De acordo com levantamento da Comissão dos Candidatos Aprovados, o Estado do Tocantins possui um déficit total de 1.165 policiais civis, sendo que o cargo de escrivão apresenta o maior déficit, com 56,74% de carência de profissionais.
Com base no levantamento da comissão, os cargos de agente de polícia e delegado de polícia apresentam um déficit de 54,08% e 50,41% profissionais, respectivamente. Ainda de acordo com a comissão dos aprovados, no caso dos agentes, são 932 cargos previstos em lei, com uma ocupação atual de 428 e uma vacância de 504. Para delegado de polícia são 244 vagas e 121 ocupadas. No concurso foram abertas 131 vagas.
Ainda de acordo com o balanço realizado pela comissão, o cargo de perito criminal tem atualmente 132 profissionais na ativa e um déficit de 85, o que representa uma defasagem de 39,17% profissionais. No certame, foram aprovados 80 peritos, incluindo 16 para o cadastro de reserva. No caso dos cargos de agente de necrotomia, papiloscopista e médico legista o déficit chega a 34,02%, 34,03% e 33,70%, respectivamente.
"Os números podem parecer complicados, mas o significado é um só: a confirmação da carência de policiais civis nas ruas investigando os crimes e ajudando a punir a violência que vem assolando o Tocantins e sua sociedade. Uma realidade que poderia ser diferente. Afinal, desde 2014 mais de 500 candidatos aprovados no concurso aguardam a finalização do certame que foi realizado ainda no mês de julho daquele ano", alerta a comissão.
Ao todo, aproximadamente 16 mil candidatos fizeram as provas da primeira fase. Já a segunda etapa foi realizada no segundo semestre do ano passado, com o curso de formação.
Na opinião de um dos aprovados no concurso para o cargo de perito criminal, Joel Oliveira, a demora para nomeação prejudica não apenas os candidatos que investiram tempo, dinheiro e dedicação para serem aprovados, mas toda a população, que com a convocação destes profissionais, poderia exercer seu direito de ir e vir, sem se preocupar em ser vítima de algum crime. “O quadro efetivo de todos os cargos estão muito defasados, a ponto de comprometer seriamente a prestação da segurança publica a população. A demora para nomear e colocar os aprovados em serviço acarreta prejuízos a população, tendo em vista que o Estado custeou a formação de todos os aprovados e, até agora, o cidadão ainda não pode contar com esse reforço para a sua segurança. Segurança Pública é essencial e nós estamos ansiosos para começar a trabalhar pela sociedade tocantinense”, afirma Joel.
O aprovado ao cargo de delegado, Anderson George de Lima Casé, concorda com Joel. Para ele, além da expectativa dos candidatos, há a importância da nomeação para completar o quadro da Segurança Pública no Estado, que auxiliará o combate ao crime no Tocantins.“Nós sabemos que o nosso trabalho vai ajudar na diminuição da criminalidade. Além do mais, estamos devidamente qualificados com um excelente curso de formação e por isso estamos aptos para contribuir para transformar nossa sociedade mais segura”, disse Anderson.