O governador Marcelo Miranda comunicou no mês de março que os aprovados no concurso da Polícia Civil seriam nomeados a partir deste mês. No entanto, até o momento as nomeações não foram realizadas e os candidatos cobram o ato.
O concurso é de 2014 e a demora aumenta a insegurança e frustração nos futuros agentes públicos. De acordo com anúncio do governador, poucos mais de 200 aprovados já seriam nomeados, "sendo 35 peritos, 50 delegados, 13 médicos legistas, 14 papiloscopistas, 44 agentes e 60 escrivães deverão ser nomeados inicialmente, deixando mais de 300 ficarão de fora, segundo informação da Comissão dos Aprovados no certame.
Na expectativa de tomar posse estão os 80 aprovados para o cargo de peritos. Destes, 64 dentro do número de vagas e 16 cadastros reservas esperam ser chamados para assumirem. Cirino de Sousa está entre os aprovados para esta categoria e fala sobre a ansiedade em tomar posse e, ao mesmo tempo, reafirma a frustração dos candidatos pela demora. “O fato de sonharmos pelo momento da nossa nomeação por aproximadamente três anos e até mais, porque mesmo se concretizando a primeira chamada, a maioria dos candidatos ainda continuará no martírio da espera, nos submete à sensação de desânimo. Alegria por já ter passado em todas as fases do concurso e desilusão diante da obscuridade quanto aos atos e promessas não cumpridas por parte dos gestores”, comentou.
Para Marcus Perez, também aprovado para a mesma categoria, a dúvida sobre o processo de nomeação gera problemas para quem estudou para passar no certame, além de interferir na saúde, na vida social e familiar de cada candidato. “Nós alimentamos, cotidianamente, de expectativas. Queremos contribuir com as investigações. E uma sociedade mais segura. Estudamos muito para fazer a prova objetiva e nos dedicamos em todas as etapas do concurso. Fizemos nossa parte, mas já passou da hora do Estado cumprir a parte dele, que é nomear de uma vez por todas os aprovados. A população merece que o Tocantins seja um lugar mais seguro para viver”, desabafa.
Dados
De acordo com a comissão dos aprovados no concurso da Polícia Civil, pesquisa da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP/TO) divulgada neste semestre, mostra que o crime de roubo seguido de morte [latrocínio], em Araguaína teve um aumento de 300% em 2016, quando comparada com o ano de 2015. Ainda de acordo com o levantamento, o maior número de ocorrências ficou por conta dos veículos roubados. Em 2015 foram subtraídos 184, enquanto em 2016, o número passou para 322. Houve um aumentou de 75%.
A comissão lembra também de um crime que ocorreu no início desta semana, que chocou a população de Guaraí em que um casal de idosos foi brutalmente assassinado durante a madrugada. Segundo a comissão, Joaquim Gomes de Oliveira, de 70 anos e a esposa dele, Maria das Dores de Oliveira, de 65 anos, foram mortos dentro de casa, em uma chácara na zona rural. O homem foi espancado a pauladas e esfaqueado com um facão e a mulher levou um tiro na cabeça. Também é lembrada pelos aprovados a prisão, na última quinta-feira, dos seis suspeitos, apontados como possíveis autores do duplo-homicídio.
Os aprovados garantem que, ao assumirem seus cargos, os índices de criminalidade do Estado podem ser outros, pois a Polícia teria mais agentes no combate ao crime.
Concurso
Ao todo mais de 500 aprovados aguardam a convocação para exercer os cargos de perito criminal, delegados, agentes, escrivães, papiloscopista, agente de necrotomia e médico legista. O certame previa o preenchimento imediato de 397 cargos e o restante para cadastro reserva.