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Foto: Maradona Raimundo Wagner (à direita) e equipe apresentam o bioinseticida para o controle da lagarta da soja Raimundo Wagner (à direita) e equipe apresentam o bioinseticida para o controle da lagarta da soja

O Espaço Inovar na Feira de Tecnologia Agropecuária do Estado do Tocantins (Agrotins 2017) foi o ambiente escolhido pela equipe do pesquisador Raimundo Wagner de Sousa Aguiar, professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Gurupi, para o pré-lançamento de um bioinseticida para o controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis). O produto foi nominado de BT Tributos e também é eficaz no combate à lagarta do milho.

O trabalho é um dos que estão em evidencia no pavilhão, organizado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden) e que reúne parceiros como a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), da Federação dos Trabalhadores do Estado do Tocantins/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural  (Faet/Senar), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio), dentre outros. 

Num dos estandes do pavilhão, Raimundo Wagner e sua equipe de pesquisa apresentam o produto aos visitantes e buscam apoio para torná-lo viável comercialmente. Conforme destacou, o bioinseticida se apresenta como uma alternativa ecologicamente correta ao inseticida químico. “A  vocação do químico está diminuindo pela questão ambiental. A descoberta que nós trazemos é totalmente ecológica. Então, você pode usar um microrganimo que já está no solo, potencializando-o para voltar, com efeito sobre uma praga. Lançar um produto desse é muito importante para o nosso estado, porque nossa tecnologia está sendo feita agora, aqui no Tocantins”, enfatizou.

Segundo o pesquisador, outros trabalhos nesta linha estão em desenvolvimento pelo Brasil, mas esta trata-se de uma iniciativa pioneira.  “Outras indústrias no país que se assemelham a este projeto estão no eixo Rio-São Paulo, mas dentro da nossa proposta, estamos sendo pioneiros. Queremos fazer isso no Estado, gerar divisas para o Tocantins”, disse.

Sobre o projeto

De acordo com o pesquisador, o desenvolvimento do projeto se deu com apoio da Seden, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Tocantins, pela aprovação de dois projetos no Programa Pesquisa para o SUS – PPSUS. O “carro-chefe” do trabalho é uma pesquisa voltada para o controle do mosquito Aedes aegypti, cujo repelente biolologico foi lançado na edição passada da Agrotins. “Mas o microrganismo que mata o mosquito também mata a lagarta da soja. Então aproveitamos esse resíduo da pesquisa e selecionamos bactérias promissoras para o desenvolvimento do bioinseticida para o controle da lagarta. Ao invés de usar um químico, pode-se usar um produto ecologicamente eficiente na cultura da soja. Essa é nossa intensão”, explicou o professor.

O projeto está em desenvolvimento há quatro anos e, para o pesquisador, seu resultado representa um marco no desenvolvimento de suas linhas de pesquisa.

Lançamento na Agrotins

Sobre a escolha da Agrotins para fazer o pré-lançamento do trabalho, Raimundo Wagner explicou que foi uma decisão estratégica, visto que trata-se de uma vitrine, capaz de aproximar o produto de potenciais investidores. “Esta é uma oportunidade de expor as nossa ideias que geram produtos para acharmos também os nossos financiadores, pois não temos um recurso para bancar um sistema de produção em alta quantidade - uma biofábrica – e esta, por sua vez, poderá gerar emprego e trazer novos recursos, que poderão ser revertidos no desenvolvimento de novos produtos”, finalizou.