O senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO) comemorou a criação, na noite desta terça-feira (31), da CPMI da JBS, que vai investigar os empréstimos bilionários do BNDES ao grupo J&F (holding que controla a JBS), o acordo de delação premiada de Joesley e Wesley Batista e as operações no mercado de capitais que renderam um lucro de mais de R$ 700 milhões à JBS dias antes do vazamento da gravação com o presidente Michel Temer.
A CPMI também vai investigar irregularidades fiscais e previdenciárias do grupo. “Os irmãos Batista aprontaram com nosso País e nosso povo. Explodiram o mundo político e econômico, lucraram milhões no mercado de capitais com informações privilegiadas e estão vivendo no bem bom nos Estados Unidos, com esse acordo de delação hiper premiada”, afirmou Ataídes.
Empréstimos fraudulentos
O senador, que deve assumir a presidência da CPMI, vai convocar os irmãos Batista para depor. Ele também vai convocar dois ex-presidentes do BNDES, Luciano Coutinho e Demian Fiocca. Há indícios de que as operações de empréstimo do BNDES ao grupo J&F foram executadas sem exigência de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, o que teria gerado um prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.
Ataídes também vai cobrar explicações sobre a atuação ou a omissão da CVM, que já instaurou oito processos administrativos para investigar o frigorífico JBS. O grupo lucrou mais de R$ 700 milhões com a venda de ações e compra de dólares sabendo que a delação premiada de Joesley Batista iria derrubar as ações do frigorífico e tumultuar o câmbio.
Os líderes partidários na Câmara e no Senado terão agora de indicar os membros do colegiado, que será composto por 16 senadores e 16 deputados efetivos e igual número de suplentes. A expectativa é que a CPMI comece a funcionar já na próxima semana.