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Campo

Foto: Dinalva Martins

Foto: Dinalva Martins

Cerca de 100 convidados, entre médicos veterinários da iniciativa privada e inspetores da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) participaram da reunião sobre o controle e erradicação da brucelose, nesta quarta-feira, 9, em Palmas/TO.  Na pauta, entre os principais assuntos abordados, a Instrução Normativa nº10 de 2017, que permite ao produtor rural a utilização da vacina RB51 também em fêmeas bovídeas entre três e oito meses de idade. 

Anteriormente, as fêmeas entre três e oito meses de idade eram vacinadas obrigatoriamente com a Cepa B19. A Cepa RB51 só era permitida quando o produtor deixava de vacinar o rebanho na fase citada, após ser notificado e multado. “É um grande avanço na sanidade agropecuária e uma inovação, que vem de encontro à evolução que o setor vivencia. A RB51 garante mais proteção ao rebanho sem interferir nos resultados dos exames, e consequentemente previne a doença nos consumidores”, disse a vice-presidente da Adapec, Márcia Helena da Fonseca.

Durante a palestra, o cientista-técnico, de renome internacional em brucelose, Luís Ernesto Samartino, doutor em Microbiologia Veterinária (Brucelose) pela Universidade de Louisiana-EUA, abordou o contexto mundial sobre a doença e explicou que a principal vantagem em adotar a RB51, além da economia e a garantia de eficácia, é a praticidade, pois ela só precisa ser aplicada uma única vez durante a vida do animal. “Já é uma tendência mundial a substituição pela RB 51, os Estados Unidos utilizam a vacina em 100% do rebanho, a exemplo do México e do Chile que também vem caminhando para isso”, destacou.

O médico veterinário da Fundação Bradesco, Luiz Antero Seixas, disse que o debate foi esclarecedor pela formação de opiniões. “A vacina facilita o manejo reprodutivo na seleção de reprodução, e fornece uma segurança maior evitando perdas expressivas com abortos dos animais”, ressaltou. O representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Marcelo Fonseca, complementou que o alinhamento dessas discussões com o setor privado e público visa o desenvolvimento do Estado. “Com a união de conhecimentos conseguimos o crescimento que almejamos”, disse.

O representante da MSD Saúde Animal (fabricante da vacina), Josely Sobreira da Silva,  falou dos avanços e desafios na busca pela inovação através do conhecimento. “Produzimos a RB51, que é uma vacina de tecnologia avançada, muito utilizada no mundo, para adequar as exigências nacionais e internacionais, uma vez que, muitos países têm conseguido erradicar a brucelose com essa vacina”, pontuou.

Na oportunidade também foi discutido as ações de vacinações, saneamento do foco de brucelose, vigilância epidemiológica, controle de trânsito de bovinos e bubalinos, conceitos gerais sobre a vacinação, entre outros.

Da superintendência Federal da Agricultura (SFA-TO) participaram o superintendente, Rodrigo Guerra e a auditora, Anâra Rúbia Martins. 

Como fica

Com as mudanças nos procedimentos de vacinação, a responsável técnica do PECEBT, Carolina Silveira, explicou que a gestão da Adapec estará se reunindo para estudar mudanças na estratégia de vacinação do Tocantins, visando permitir o que preconiza a legislação federal com a publicação da IN nº 10/2017, que é a possibilidade de substituição da utilização da cepa B19 em fêmeas de 3 a 8 meses pela vacina RB 51. 

As bezerras bovinas e bubalinas, que forem vacinadas entre três e oito meses de idade com a amostra B19 passarão a ser marcadas com o algarismo final do ano de vacinação no lado esquerdo da cara, podendo ser utilizado ferro candente ou nitrogênio líquido. Já as bezerras bovinas que forem imunizadas com a amostra RB51, entre três e oito meses de idade, deverão ser identificadas apenas com um V na face esquerda, além de outras mudanças.