A decisão do prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB) de contratar mais de 500 profissionais para substituir os professores e também convocar servidores que atuam em outras áreas para suprir a demanda nas escolas diante da greve deflagrada pelos professores da rede municipal de ensino provocou a reação de pais de alunos e de estudantes.
Numa manifestação na Avenida JK na manhã desta sexta-feira, 22, eles saíram em defesa dos professores, cobrando, com gritos de guerra, faixas e cartazes, que a prefeitura negocie e atenda as reivindicações da classe. “Prefeito enganador, pague logo o professor” foi um dos gritos de guerra puxados pelos manifestantes.
Os profissionais da educação estão em greve desde o dia 5 de setembro. A reivindicação da categoria é pelo reajuste da data-base, o pagamento de retroativos, um plano de cargos, carreira e remuneração em dia, além das progressões e do reconhecimento da titularidade dos professores.
Nas mãos dos pais e alunos, faixas demonstrando a preocupação com a educação no município. “Não queremos tapa-buracos”, “queremos professores de verdade”, “queremos nossos professores” são alguns dos recados enviados à gestão municipal pelos manifestantes.
Em faixas, eles lembraram que sete professores da rede municipal de ensino estão greve de fome, num ato iniciado às 18 horas de quarta-feira, 20, na Câmara Municipal de Palmas.
Pais apreensivos
Lorivan Pires Luz Viana é professora e mãe de quatro alunos da rede municipal. Durante a manifestação ela cobrou que a prefeitura tome as medidas necessárias para solucionar o impasse. “Minha questão é realmente de estar apoiando os professores, que são pessoas preparadas para estar na sala de aula. A gente sabe que um professor, para estar numa sala de aula, não é do dia para noite. Nós levamos quatro anos para ter uma formação, então o que queremos é que o senhor prefeito possa estar acordando para essas coisas. Como ele já falou que está preocupado com a situação do país, da educação, por que ele não toma a atitude? Os professores não estão em busca do dinheiro e sim do direito que é dados a eles perante a lei. Como mãe eu também não estou mandando meus filhos para a escola, porque eu sei que não tem pessoas adequadas lá”, afirmou.
Clara Silva de Souza, mãe de um estudante de 7 anos, também se disse inconformada com a situação em que os professores grevistas se encontram e que uma grande preocupação dos pais é o fato de ter que enviar seus filhos para as escolas sem que seus professores lá estejam. “Eu busquei informações de como nos proteger judicialmente e decidimos procurar a Defensoria Pública. Lá, tivemos uma audiência com a doutora Larissa Pultrini , da área da infância e juventude, e ela nos informou que iria procurar a Secretaria da Educação para tomar as providências cabíveis sobre a situação de estar colocando outras pessoas, que não são os professores, nas escolas. Nós, pais, não acreditamos e não confiamos em pessoas que não são os professores, os regentes dos nossos filhos”, afirmou.
Foi a partir desta audiência na Defensoria, na manhã dessa quinta-feira, 21, conforme relatou outro pai de aluno, Romeu Feix, que o grupo de pais deu início à mobilização, que resultou no ato desta sexta-feira. Segundo ele, está marcada para segunda-feira, 25, às 14 horas, uma audiência pública na sede do Ministério Público Estadual (MPE), para tratar desta situação.
Encerrado o ato na Avenida JK, alguns pais e alunos seguiram para a Câmara Municipal. (Colaboração: Marina Bitar)
Confira tudo que foi publicado sobre a Greve da Educação em Palmas e abaixo vídeo de manifestação de apoio aos professores.